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Aponte as diferenças entre os pensamentos dos contratualistas Hobbes, Locke e Rousseau.

sobre o momento da passagem do homem do estado de natureza para o estado de sociedade política organizada (Estado).

💡 3 Respostas

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Wenderson Golberto Arcanjo

Tenho uma resposta aqui dos meus resumos, é um pouco longa, porém é um resumo feito do livro: Clássicos da Ciência Política, muito utilizado no ambiente acadêmico.

2 - Hobbes: Hobbes é um dos teóricos considerado de contratualistas, dizendo ele ser o estado de natureza do homem instável, onde cada homem seria o lobo do próprio homem, onde o homem naturalmente atacaria o outro primeiro por lucro, depois pra se defender e em alguns casos por mesquinharia (glória), dessa forma seria o homem instável e este necessitaria de alguém que mantivesse a ordem, esse seria o Estado. O homem essencialmente busca a glória e está em estado de natureza de guerra onde todo homem faz o possível e impossível para manter-se sempre com honra (dinheiro, visão dos outros para ele, poder), dessa forma surge o lex (lei) para regular o individuo e dizer o limite de sua ação, lex não pode ser confundida com jus (direito), o direito é a liberdade do individuo de fazer ou omitir, enquanto a lex o diz se é pra fazer ou omitir. Leis da Natureza, Hobbes também fala disso, diz ele lex naturalis nada mais seria que leis básicas criadas pela razão (homem) com preceito de não permitir o homem fazer tudo o que deseja, a primeira delas seria a busca pela paz onde o homem ao buscar a paz poderia abrir mão de tudo e fazer o que for possível quando não houver mais esperança de alcançá-la. Diz o autor que o homem tem o direito natural a todas as coisas, mas ele deve abrir mão desse direito em prol dos outros, só assim será possível manter a paz, e o direito do outro também deve ser limitado, caso contrário seria injusto um abrir mão de seu direito (liberdade) e o outro não, neste caso seria preciso o estabelecimento de um Estado soberano o qual possui a espada (força) para fazer valer as leis naturais, uma vez que na ausência deste cada um respeitaria as leis quando quisesse. Igualdade e Liberdade, já foi falado sobre a igualdade, ela que é a geradora de todos os conflitos do homem, a liberdade nada mais seria que um valor atribuído, na verdade um homem livre é aquele que detém capacidade de realizar tais coisas e nada o impede de fazê-la. O indivíduo ao abrir mão de sua liberdade (direito) ele abre mão de uma liberdade específica, a do direito a vida, o homem entrega a sua liberdade pela garantia de sua vida nas mãos do Estado e este por sua vez é obrigado a manter o pacto, caso contrário estaria o homem autorizado a desrespeitar o pacto e dessa forma rebela-se. Ninguém é obrigado a mata-se, produzir prova contra si mesmo, etc. O Estado, o medo e a propriedade, resumidamente o Estado só existe por que existe previamente o medo no homem, este medo não é medo do Estado e sim em seu estado de natureza existe o medo, quanto a propriedade essa seria um conforto do contrato.

 

3 - Locke: O Autor inglês é de família burguesa, considerado liberal foi perseguido pelo então rei Jaime II da Inglaterra, só retornando a sua terra natal após ser Jaime II deposto do poder. Locke escreve alguns livros, entre eles Os dois tratados sobre o governo civil em que o inglês refuta o primeiro tratado o tratado patriarca e cria o segundo tratado onde diz ele que o verdadeiro governo legítimo é aquele que tem o consentimento do povo. Locke também é contratualista e assim como Hobbes e Rossueau ele defende um estado de natureza do ser humano, porém seu estado de natureza é diferente do de Hobbes, o estado de Locke não havia guerra e sim a paz, existia a propriedade privada e a liberdade, esses seriam os direitos naturais do ser humano. Existe ainda o trinômio estado natural/ contrato / estado civil. A teoria da propriedade: segundo Locke o homem em seu estado de natureza tinha direito a vida, liberdade e bens, sendo a concepção de estado de natureza anterior a formação do Estado, então esses direitos seriam inalienáveis, não podendo o Estado interferir. O contrato social, no caso de Locke o estado de natureza não fica isento de casos em que fosse ferido o direito a propriedade (liberdade, vida, bens), neste caso os homens abririam mão do estado de natureza e passariam a forma um estado civil, por livre e espontâneo desejo. Locke se difere de Hobbes quanto os motivos o qual levaria o homem a instituir o estado civil, para Hobbes isso aconteceria por causa do medo, o homem abriria parte de sua liberdade para um terceiro assegurar que ele não seria ameaçado, para Locke é diferente, a figura do Estado existe como forma de garantia de não desrespeito aos direitos inalienáveis, dessa forma o Estado só teria a função de dar garantia legal (coerção) de que os direitos naturais seriam preservados. O Direito de resistência, afirma o autor que quando o Estado deixa de cumprir sua função, este pode ser desfeito e os homens voltariam ao estado de natureza, onde somente Deus seria o juiz. Neste estado de resistência, seria legitima a rebelião por parte dos governados contra o governo, tendo em vista que este deixou de ter finalidade, passou a ser ilegal, seu principal papel que era trabalhar a favor do povo, agora é deturpado para próprio proveito, neste caso teríamos uma Tirania.

 

5 - Rousseau: O escritor tem uma bibliografia conturbada. Nasce em uma família simples, e depois de muito chega a ser funcionário de altas cortes, mas acaba voltando ao zero e isso acontece por inúmeras vezes, até chegar ao ponto de doar seus filhos a um orfanato. O contrato social: Para Rousseau o importante não é entender como o ser humano perdeu seu estado de natureza, essas situações hipotéticas para ele de nada vale, o mais importante é garantir que uma vez perdido o estado de natureza do homem, ele tenha garantia de que terá sua liberdade civil. Estabelecer as próprias leis e respeitá-las seria para o autor um ato de liberdade do homem, dessa forma o cidadão deveria ter condições de estabelecer leis de maneira legítima e num clima de igualdade, só assim a liberdade seria devolvida aos homens. A vontade e a representação: Para o cidadão de Genebra, a vontade do povo deve ser institucionalizada, dessa forma o governante nada mais seria que um funcionário do povo, devendo fazer o que manda o povo e não o que lhe convém. Ele ainda afirma que em muitos casos esse papel se confunde e o soberano quer agir por conta própria, por vontade própria, neste caso o seu estado seria de ilegitimidade, devendo até mesmo a Democracia, Monarquia, Aristocracia ou qualquer outra forma de governo, agir em pró do povo, assim sendo até mesmo a monarquia teria que se adaptar, fazendo os desejos dos cidadãos, respeitando seus costumes, crenças, território, etc. Sobre a Representação fala o autor que está deve ser evitada, tendo em vista que ao escolher representantes o homem abdica de parte de sua autonomia o concedendo a outro, e não teria a garantia de que aquele iria agir em função de seu povo e não em benefício próprio, dessa maneira deveria buscar ter uma representação variada quanto ao tempo caso fosse preciso existir a mesma.

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Kariston Amorim

Dá uma olhadinha nesse link aqui.. 

https://sites.google.com/site/aloisiofritzen/Home/fotos/filosofia-conteudos/tc_hobbes_locke_rousseau

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Carlos Sousa

carlos_asoliveira@hotmail.com
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