Quais são os dois efeitos que se é possível pedir no agravo de instrumento? Dê exemplo prático.

No julgamento do agravo de instrumento, o efeito suspensivo caberá sempre que a decisão impugnada tiver conteúdo positivo, ou seja, uma decisão que concede, acolhe, defere alguma espécie de tutela. Nesse caso, a decisão positiva gera efeitos práticos, sendo permitido ao agravante pedir que tais efeitos sejam suspensos até o julgamento do agravo de instrumento. Tratando-se de efeito suspensivo ope judicis (dependente de análise do julgador para concessão), não basta o mero pedido, sendo indispensável o preenchimento dos requisitos previstos no art. 995, parágrafo único do NCPC, como a probabilidade de provimento do recurso e o perigo de risco de dano grave ou de difícil/impossível reparação. Exemplo: O juiz determina que o Autor emende a inicial no prazo de 15 dias, sob pena de indeferimento. Inconformado, o Autor ingressa com agravo de instrumento, requerendo a concessão do efeito suspensivo, para suspender referido prazo imediatamente.

Tratando-se de decisão de conteúdo negativo, que indefere, refeita, não concede a tutela pretendida, o pedido de efeito suspensivo será inútil, simplesmente porque não existem efeitos a serem suspensos. Nesse caso, o agravante deve requerer liminarmente ao relator exatamente aquilo que lhe foi negado no primeiro grau de jurisdição. Parte da doutrina passou a chamar esse pedido de tutela de urgência de “efeito ativo”. Exemplo: O Autor ajuíza ação pedindo a concessão de tutela antecipada para retirar seu nome do Serasa, sendo indeferido tal pedido. Interposto o agravo de instrumento, o agravante pede ao relator que conceda a tutela antecipada para antecipar os efeitos práticos do futuro e eventual provimento do recurso.

Fonte: Manual de Direito Processual Civil - Daniel Amorim Assumpção Neves