Explique a diferença entre autor, co-autor, e partícipe?
Passei Direto
Há mais de um mês
O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por mais de um pessoa. Tal cooperação da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de delinquentes ou de agentes, entre outras formas.
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora ambos dentro da teoria objetiva:
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - teoria formal, o executor de reserva é apenas partícipe, ou seja, se João atira em Pedro e o mata, e logo após Mario também desfere tiros em Pedro, Mario (executor de reserva) responderá apenas pela participação, pois não praticou a conduta matar, já que atirou em um cadáver. Ressalta-se, porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais para autor e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este último, quando, por exemplo, for o mentor do crime.
Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, "quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade", dessa forma deve-se analisar cada caso concreto de modo a verificar a proporção da colaboração.
Participação e cumplicidade
Há três visões sobre o assunto:
Como não há entendimento majoritário, decidiu-se que quem auxilia na prática de um crime é cúmplice, seja co-autor ou partícipe.
Referências
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Editora Revista dos Tribunais. 2ª Edição - 2006.
Lívia Gouveia
Há mais de um mês
Autor é quem pratica o crime (por exemplo, no caso do homicídio, quem apertou o gatilho). Às vezes temos mais de um autor. Nessa caso, chamamos de co-autores. Os co-autores podem ter o mesmo tipo de envolvimento (por exemplo, todos atiraram na vítima) ou podem ter participações distintas (por exemplo, um pode ter planejado – chamado de autor intelectual – e o outro executado o homicídio).
Já o partícipe é quem ajuda. Por exemplo, quem, sabendo das intenções do autor, o leva ao local onde a vitima para que ele possa matá-lo, ou quem ajuda o autor a fugir. (Casinha)
Fabrício Dias
Há mais de um mês
I. Autor:
É aquele, imbuído da vontade de concretizar o delito criminoso, pratica, dá vida, ao verbo "Matar". Ou seja, à o "Dolo", a intenção de que o fato se concretize.
Ex: HOMICÍDIO - Art. 121, CP: - "Matar alguém".
Importante salientar que incide sobre o art. 121, CP; a modalidade Culposa. Ou seja, quando a pessoa não tem a intenção de matar. Configurando o "Homicídio Culposo"
II. Coautor:
É aquela pessoa, consequentemente, ou seja, sabe o que esta fazendo, deseja de forma relevante o desfecho do delito criminoso. Sua participação é fundamental em todo o processo. Seja a partir do momento do planejamento ou da elaboração ou do fornecimento de meios, para que o autor logre êxito. Pois, do contrario, não se daria o fato.
Ex: Pessoa que contrata um pistoleiro para matar alguém.
III. Partícipe:
É aquele que participa do ato de forma indireta ou direta, fornecendo os meios para que o agente realize o fato criminoso ou delituoso.
Ex: Pessoa que empresta uma arma para outra matar alguém, aquele que empresta a moto para a realização de um roubo, aquele que fornece o dinheiro para a realização de um aborto, pessoa intermediária entre o mandante e o executor de um homicídio, etc.
Lyra
Há mais de um mês
Excelente pergunta colega João Henrique. A resposta não é simples. Existem várias correntes, mas já adianto que ainda prevalece no Brasil a teoria restritiva/objetiva, mas já existe precedentes de adoção da teoria do domínio do fato de Roxin (ex: açao penal 470). Quem é autor?
==> teoria restritiva: autor é quem realiza a conduta descrita no tipo, quem realiza o verbo. A teoria restritiva pode ser objetiva-formal ou objetiva-material. Objetiva-formal: autor é só quem realiza o verbo, os demais são partícipes. Objetiva-material: a distinção entre aurotia e participação se dá pela maior ou menor participação na realização do tipo.
==> teoria extensiva: não existe participes, todos são autores.
==> teoria do dominio do fato: autor é aquele que tem dominio final sobre o fato, quem tem poder de decisão, salietando-se a divisão de tarefas. obs:ela só poderia ser aplicada para crimes dolosos.