Qual a diferença entre o desconhecimento da lei e o erro de proibição?

O artigo 21, caput do CP dispõe, que o desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena, se evitável poderá diminuí-la de um sexto a um terço. O parágrafo único continua que considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Na prática o agente não pode simplesmente desconhecer a lei, considerando que uma vez que a lei é oficialmente publicada, se presume conhecida por todos, o próprio caput do artigo dispõe sobre isso de forma clara, logo não pode ser arguido como matéria de defesa, o erro de proibição entretanto, recai na potencial consciência da antijuridicidade do fato, ou seja, sobre o conhecimento do caráter proibitivo da norma. O erro de proibição é classificado em dois tipos: erro de proibição direto, que recai sobre o conteudo proibitivo de uma norma, o agente não conhece ou não compreende a sua aplicabilidade prática, por exemplo, o agente acredita que a prática da eutanásia não é abrangida pelo tipo do art. 121; o erro de proibição indireto é a suposição equivocada sobre uma causa de justificação ou excludente penal, neste caso o erro recai sobre a existência ou limites permissivos desta norma, legítima defesa, estado de necessidade, exercício regular de um direito ou estrito cumprimento de um dever legal, por exemplo, o credor supõe estar acobertado pela norma excludente, e assim autorizado a subtrair bens do devedor quando a mora se torna insuportável.

A diferença é que não é possível alegar o desconhecimento da lei, pois presume que quando há a publicação da mesma no diário oficial ela se torna pública para todos os indivíduos. Porém, pode ser alegado erro de proibição, isto é, erro quanto aos limites impostos por uma norma ou quanto sua incriminação. 

Ex. erro de proibição: A, morador de uma pacata cidade que ainda não possui alguns meios de comunicação (internet, Televisão, celular) ao ver B estuprando a filha de C começa a bater no criminoso. Após cessado o estupro A pensa incorretamente que pode ainda matar o criminoso e alegar legítima defesa, sendo que, com uma arma mata o estuprador. Nesse caso houve erro de proibição, pois A errou em relação aos limites de uma norma de justificação.