Qual a importância do Acordo de Basiléia?

O Acordo de Capital de Basileia, oficialmente denominado International Convergence of Capital Measurement and Capital Standards, também designado porAcordo de Basileia ou Basileia I, foi um acordo firmado em 1988, na cidade de Basileia (Suíça), por iniciativa do Comitê da Basileia e ratificado por mais de 100 países. Este acordo teve como objetivo criar exigências mínimas de capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o risco de crédito.

Até Basileia I o requerimento de capital era baseado na fixação de índices máximos de alavancagem. Bancos somente poderão emprestar 12 vezes seu capital e reservas, ponderados pelo risco de crédito. Infelizmente mantiveram o erro inicial de 1935, quando estes limites foram primeiramente estabelecidos, de não reajustar o capital e reservas pela inflação do período. Assim uma inflação de 4% ao ano, multiplicado por 12 resulta numa queda de 48% do capital emprestável de um banco.

Foi esta a causa da crise da Divida Externa do Brasil em 1982, quando a inflação americana atingiu 12%, obrigando os bancos a chamarem 144% de seus emprestimos de volta para poderem cumprir com a legislação de 1935. Achando que a crise fora provocada por excessivo endividamento do Brasil e demais paises, surgiu a ideia dos acordos de Basileia I, e a partir de então o requerimento de capital passou a ser baseado em risco, estabelecendo que os requerimentos mínimos de capital devem ser alinhados às expectativas de perda econômica de cada instituição.

O acordo também prevê os mecanismos de mensuração de risco de crédito e estabelece as exigências de um padrão mínimo de capital. Desde então, as medidas preconizadas foram sendo progressivamente introduzidas por autoridades monetárias de diversos países.

Basileia I não conseguiu evitar inúmeras falências de instituições financeiras na década de 90. Em 2004, o Comitê da Basileia lançou um novo documento em substituição ao acordo de 1988. O Basileia II, como ficou conhecido, fixa-se em três pilares e 25 princípios básicos sobre contabilidade e supervisão bancária.

De forma resumida:

Basileia I

O primeiro Acordo da Basiléia, conhecido como Basiléia I, foi emitido em 1988 e foca na adequação de capital das instituições financeiras. O risco de adequação de capital (o risco de uma instituição financeira ser prejudicada por uma perda inesperada) classifica os ativos das instituições financeiras em cinco categorias de risco:

(0%, 10%, 20%, 50% e 100%)

Sob Basileia I, bancos que operam internacionalmente são obrigados a ter um peso de risco de 8% ou menos.

Basileia II

O segundo Acordo da Basiléia, mais conhecido como Basiléia II, serviu como uma atualização do acordo original. Centra-se em três áreas principais:

Requisitos de capital mínimo, revisão da supervisão da adequação do capital de uma instituição e processo de avaliação interna, e uso eficaz da divulgação como uma alavanca para fortalecer a disciplina de mercado e encorajar práticas bancárias sólidas, incluindo a revisão de supervisão. Conhecidos como três pilares.

Basileia III

Basileia III é uma continuação dos três pilares, juntamente com exigências adicionais e salvaguardas, incluindo exigir que os bancos tenham um valor mínimo de capital ordinário e um índice mínimo de liquidez. Tbém inclui requisitos adicionais para o que o Acordo chama de "bancos sistemicamente importantes", ou aquelas instituições financeiras que são coloquialmente chamadas de "grandes demais para fracassar".