1. qual o papel do controle de constitucionalidade no brasil 2. é pComo se da o ativismo judicial no ambito do controle de constitucionalidade.

essa é dificil hein

Segundo Paulo Bonavides, "controle de constitucionalidade é o conjunto de instrumentos através do qual uma Corte ou outro órgão legitimado exerce um juízo de verificação de compatibilidade (validade) formal, material e circunstancial de determinado ato estatal em relação aos preceitos da constituição".

Segundo Márcio Diniz, o controle visa "preservar a supremacia, formal e material, da Constituição, eliminando do sistema as normas com ela incompatíveis, mantendo a unidade (formal) de sua estrutura escalonada".

Para Gilmar Ferreira Mendes, "os conceitos de constitucionalidade e inconstitucionalidade não traduzem, tão-somente, a ideia de conformidade ou inconformidade com a Constituição. Assim, tomando de empréstimo a expressão de Bittar, dir-se-á que constitucional será o ato que não incorrer em sanção, por ter sido criado por autoridade constitucionalmente competente e sob a forma que a Constituição prescreve para sua perfeita integração; inconstitucional será o ato que incorrer em sanção – de nulidade ou de anulabilidade – por desconformidade com o ordenamento constitucional".

Em um contexto de constitucionalização dos institutos, efetivação dos direitos fundamentais e promoção da dignidade da pessoa humana, o Judiciário é impulsionado a atuar mais proativamente com vistas a concretizar os valores e fins constitucionais. Esse fomento é decorrente tanto da crise de representação que assola o Brasil nos dias de hoje, em que o Legislativo, por muitas vezes, deixa de atuar, prejudicando ou impedindo, dessa forma, o exercício de direitos individuais e sociais, bem como de uma onda crescente de participação popular nas decisões do Estado e no acesso à justiça. Tal fenômeno vem sendo chamado de ativismo judicial, e pode ser perigoso para a democracia brasileira. 

O ativismo judicial no ambito do controle de constitucionalidade se dá quando o STF profere decisões exercendo funções que, em tese, são do legislativo e do executivo.

Exemplo claro se deu no julgamento de ADI pelo STF, no qual houve mudança de entendimento a respeito do papel de atuação do Senado nos casos de inconstitucionalidade declarada pela via incidental.

Durante anos, quando declara-se a inconstitucionalidade de lei pela via inciental (controle concreto), há a necessidade, prevista na Constituição, de solicitar ao Senado que "suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal" (Art. 52, X).

A interpretação desse artigo sempre foi de que a decisão do Senado de suspender a execução da lei seria discricionária. Caso ele resolva fazer isso, os efeitos da decisão de inconstitucionalidade do STF, que eram inter partes, passam a ser erga omnes. Assim, pela teoria tradicional a resolução do Senado ampliaria a eficácia do controle difuso realizado pelo Supremo.

No entanto, em decisão recente, o STF decidiu que, mesmo se ele declarar incidentalmente a inconstitucionalidade de uma lei, essa decisão também terá efeito vinculante e erga omnes.

O Min. Gilmar Mendes afirmou que é preciso fazer uma releitura do art. 52, X, da CF/88. Essa nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo que foi decidido.

O Min. Celso de Mello afirmou que o STF fez uma verdadeira mutação constitucional com o objetivo de expandir os poderes do Tribunal com relação à jurisdição constitucional.

Assim, a nova intepretação do art. 52, X, da CF/88 é a de que o papel do Senado no controle de constitucionalidade é simplesmente de, mediante publicação, divulgar a decisão do STF. A eficácia vinculante, contudo, já resulta da própria decisão da Corte.

Amplia-se portanto o poder do judiciário, limitando o poder do legislativo.