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principios constitucionais e ordinários do processo

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

São muitos os princípios que norteiam o direito processual civil, variando quase tanto quanto variam as doutrinas que tratam do tema. Entretanto, é possível concluir que alguns são comumente trazidos pelos mais diversos autores.

Partiremos então desta premissa, entendendo que são princípios constitucionais e infraconstitucionais que regem o processo civil:

  1. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: é o princípio que impõe o respeito e obsevância dos ditames legais e constitucionais que assegurem que o processo seja praticado de acordo com o direito vigente ao tempo de sua prática e no espaço em que foi praticado.
  2. PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO: em regra, o Poder Judiciário não poderá agir de ofício, dependendo de provocação das partes interessadas para que se inicie o processo. Entretanto, existem raras exceções, tais como o procedimento de restauração de autos, quando estes são extraviados ou destruídos.
  3. PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA ATUAÇÃO JURISDICIONAL: não é possível que a lei, atos infralegais e decisões judiciais afastem a apreciação jurisdicional de ameaça a direitos ou lesão a direitos.
  4. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: o processo deve durar o tempo necessário para garantir direitos sem violar garantias, prestando a tutela jurisdicional efetiva em tempo razoável. Assim, não pode ser tão lento ("justiça que tarda, falha" - CÂMARA), nem tão rápido que viole o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa.
  5. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA RESOLUÇÃO DO MÉRITO: sempre que possível, deve ser mantido o processo, determinando intimações para que as partes sanem eventuais vícios, perseguindo ao máximo que desemboque a em uma decisão de mérito, pois este é o fim do processo civil, alcançar uma solução que traga pacificação do conflito e que alcance definitividade.
  6. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL: é cláusula aberta e o sentido é atribuído em concreto, mas impõe às partes o dever de razoabilidade, lealdade, confiança, contribuindo para o bom andamento processual.
  7. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO: se impõe a todos os sujeitos do processo, e não apenas aos que compõem a demanda, determinando que, nada obstante haja interesses contrapostos, as partes devem respeitar a ética e a lisura, defendendo seus direitos da melhor forma possível, sem utilizar meios fraudulentos, protelatórios ou que atentem contra a boa prestação jurisdicional.
  8. PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU DA PARIDADE DE ARMAS: não pode haver desigualdade na defesa dos direitos pelas partes. Se trata, contudo, de igualdade material, razão pela qual se admite a distinção que iguala as condições. Exemplificando, a todos é dado possuir, assim querendo, profissional que realize defesa técnica no processo, razão pela qual é isonômico garantir àqueles que não possuem condições de arcar com o curso a prestação gratuita (via defensoria ou advogado dativo), sob pena de gerar desigualdade substancial, assegurando que apenas as pessoas mais abastadas possam constituir defesa técnica nos processos.
  9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: garante o direito de oitiva das partes ante à prática de atos processuais, seja pela parte adversa, seja por qualquer outro sujeito do processo (juiz, intérprete, perito, terceiros intervenientes, etc.). Pode, ainda, ser dividida em três aspectos: direito de falar (se manifestar nos autos), direito de ser ouvido (ter análise pelo juiz) e de influir (magistrado deve analisar e permitir que, assim entendendo, aquilo possa alterar seu entendimento, não sendo um contraditório meramente formal).
  10. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: é o direito das partes levarem ao processo todos os pontos e argumentos que entenderem necessários, bem como valer-se de todos os meios de prova, manifestação, impugnação e recurso de que dispõem.
  11. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO: todas as decisões judiciais, de qualquer caráter, instância ou matéria, devem ser motivados e fundamentados.
  12. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: não é possível criar juízos e tribunais de exceção, devendo a competência ser definida antes da prática do ato. Em regra, a competência será estabelecida com a distribuição ou registro da inicial, perpetuando-se, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
  13. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE: os atos processuais são, em regra, públicos, salvo quando tramitarem em segredo de justiça nos processos (art. 189, do CPC):

I - em que o exija o interesse público ou social;

II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;

IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.

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marcelo alonso

http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15306

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Ana S Paula

Princípio do devido processo legal, princ da duração razoável do processo, princ do juiz natural.

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