Tales e Marcia foram casados sob o regime parcial de bens. durante o casamento adquiriram dois imoveis no valor de 200.000.00 cada, Tales recebeu uma herança um imovel no valor de 100.000.00 nasceram quatro filhos, antes do casamento Tales tinha um imovel no valor de 100.000.00, falecido Tales como sera a divisão do patrimonio entre a viuva e os filhos de Tales?
A questão nos traz as seguintes informações:
Feita essa separação de dados, importa agora saber como fica a partilha dos bens deixados por Tales, sem nos esquecermos do fato de que Marcia é sua meeira!
Comecemos então pelo patrimônio que Tales de fato deixou:
Sendo certo que Tales e Marcia eram casados sob o regime da comunhão parcial de bens, não importa em nome de quem foram registrados os bens adquiridos na constância do martimônio, pois, independentemente disso, o patrimônio é considerado comum ao casal, à exceção dos bens que o Tales já tinha antes do casamento (R$ 100 mil) e dos herdados (+R$ 100 mil).
Dessa forma, há de se considerar que Marcia é meeira de Tales no que tange aos bens adquiridos onerosamente na constância do casamento. Como o total do patrimônio conjugal é de R$ 200 mil reais (dois imóveis), devemos entender que Márcia já é dona de 50% de cada imóvel, de modo que, em valores, R$ 100 mil reais já pertencem à Marcia, na qualidade de meeira.
Assim, temos que, acerca do patrimônio do casal, Tales deixou R$ 100 mil reais de herança (50% sobre cada imóvel adquirido pelo casal).
Mas não é só. Antes do casamento, Tales já era dono de 100% de um imóvel que vale R$ 100 mil reais, tendo ainda sido contemplado com herança de 100% sobre outro bem de R$ 100 mil reais, totalizando um patrimônio particular (incomunicável com Marcia) de R$ 200 mil reais.
PORTANTO, Tales deixou:
50% sobre o imóvel comprado durante o casamento e registrado em seu nome (R$ 50 mil);
50% sobre o imóvel registrado em nome de Marcia, mas tambem comprado durante o matrimônio (R$ 50 mil);
100% sobre o imóvel do qual já era proprietário antes do casamento (R$ 100 mil);
100% sobre o imóvel herdado (R$ 100 mil).
TOTAL DEIXADO POR TALES, EM VALORES: R$ 300 mil reais..
Será, portanto, esse o patrimônio a ser partilhado entre Marcia e cada um de seus 4 filhos. Isso porque, alem de meeira dos bens comuns ao casal, Marcia é tambem herdeira dos bens particulares deixados por Tales, cabendo a cada herdeiro o seguinte:
Sendo Marcia a genitora dos demais herdeiros deixados por Tales, a ela é garantido o quinhão mínimo de 25% dos bens deixados como herança (art. 1.832, CC), restando 75% a serem partilhados entre os filhos.
Então, Márcia herdará:
25% do imóvel que já pertencia a Tales antes do casamento;
25% do imóvel herdado por Tales;
Resta, então, aos filhos do casal partilharem o seguinte:
75% do imóvel que já pertencia a Tales antes do casamento (cada filho receberá 18,75% desse bem);
75% do imóvel herdado por Tales (cada filho receberá 18,75% desse bem);
50% sobre o imóvel comprado durante o casamento e registrado em nome de Marcia (caberá a cada filho 12,50% sobre a propriedade);
50% sobre o imóvel registrado em nome de Tales, mas tambem comprado durante o matrimônio (cabendo 12,50% a cada filho)
Código Civil:
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão:
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar;
(...)
Art. 1.660. Entram na comunhão:
I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges
(...)
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
(...)
Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer.
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.
Compartilhar