Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002. Agora, considerando o princípio da conservação dos contratos, explique os efeitos à luz do enunciado.
III Jornada de Direito Civil
Ministro Ruy Rosado de Aguiar
Parte Geral
Gustavo Tepedino
149
Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157, § 2º, do Código Civil de 2002.
Norma: Código Civil de 2002 - Lei n. 10.406/2002
ART: 157;
DEFEITO DO NEGÓCIO JURÍDICO, MANUTENÇÃO DO NEGÓCIO, DESPROPORÇÃO DA PRESTAÇÃO, ABUSO DE DIREITO
Pelo princípio da conservação dos contratos, as partes envolvidas e o Estado-juiz, quando provocado, devem fazer o máximo para conservar as vontades manifestadas e o acordo pactuado, ainda que eventuais questões devam ser corrigidas. Isso é evidente quando tratamos da simulação, quando a parte simulada é subtraída, mas se mantém a parte restante, bem como quando falamos de dolo acidental, em que o negócio seria feito de qualquer forma, ocasião em que o negócio é mantido, sem prejuízo de perdas e danos.
No caso da lesão, defeito ou vício do negócio jurídico, tem-se a possibilidade de anulação em sua ocorrência (arts. 171, II, e 157, do CC):
"Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
[...]
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores."
"Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta"
Entretanto, se buscará conservar o negócio jurídico que surge a partir de lesão (evitando a anulação, portanto) quando a parte lesada receber suplemento suficiente com o qual concorde ou quando a parte beneficiada concordar com a redução do proveito obtido.
É o que nos diz o art. 157, §2º, do CC:
"Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta.
[...]
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito."
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