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o que é elaboração onírica?

💡 7 Respostas

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Virna Malveira

A elaboração onírica é a passagem do conteúdo latente (inconsciente) ao conteúdo manifesto (consciente) para uma representação através de nossos sonhos. 

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Lucas Tenório

É o processo pelo qual As ideias oníricas latentes se tornam conteúdo manifesto. Este segundo, trata-se do sonho como conhecemos. Quando acordamos e dizemos a alguém que sonhamos com isso ou aquilo, estamos falando sobre o conteúdo manifesto. As idéias oníricas latentes é o que a psicanálise visa descobrir, são as ideias inconscientes (segundo Freud tratam-se de desejos que foram reprimidos para o inconsciente) que deram origem àquele conteúdo manifesto.

Nossos sonhos muitas vezes parecem não ter lógica alguma. Parecem fantasiosos e as vezes absurdos. O motivo disso é que nosso inconsciente se utiliza de diversos artifícios para ocultar aquilo que a ele pertence. Nisto estão inclusos mecanismos de defesa entre outros meios utilizados, e todas essas dinâmicas e mecanismos de defesa, estão contidos no processo de elaboração onírica.

Algumas dinâmicas que ocorrem durante a elaboração onírica:

-Dramatização (nosso inconsciente não é representado por imagens, não possui muita lógica ou organização, então esse mecanismo faz com que tudo se torne uma cena, graças a isso sonhamos com imagens);

-Deslocamento (aqui as ideias inconscientes se "escondem" em outras ideias que aparentemente não têm nada a ver, por isso é tão dificil identificá-las);

-Condensação (acontece em nossos sonhos manifestos de um de seus elementos, após interpretação se mostrar mais de uma ideia latente. Você pode sonhar com uma pessoa que na verdade representa três. Pode sonhar com uma cena que na verdade representa um conjunto de ideias latentes. Então a condensação faz com que nós juntemos diversos elementos em apenas um, mas o inverso também ocorre);

-Projeção ( projetamos no outro caracteristicas nossas que não aprovamos. Sonhamos que alguém em nosso sonho faz algo, se comporta de tal forma, mas o sonho se refere ao sonhador. Fala apenas de nós mesmos).

Fontes:

Freud: Conferências introdutórias à psicanálise;

Freud: Novas conferências introdutórias à psicanálise;

A. Tallaferro: Curso básico de psicanálise;

David Zimerman: Fundamentos Psicanalíticos;

 

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Sheila Keidman

REFERÊNCIA: FREUD, S. (1916 [1915]). Edição Standard das Obras Completas. Rio de Janeiro: Ed. Imago, Volume XV. Conferências Introdutórias sobre psicanálise – Parte II – Sonhos. Conferência XIV, p. 255.

Freud em sua Conferência aborda o conceito dos sonhos, tendo como objetivo expor seus conhecimentos com vista a fornecer informações importantes aos seus ouvintes.

O mesmo verificou que a elaboração onírica consiste, essencialmente, na transformação dos pensamentos em uma experiência alucinatória. Assim, ficou-se sabendo, pelos sonhos de crianças, que a intenção da elaboração onírica é eliminar o estímulo mental, perturbador do sono, por meio da realização de um desejo. Deste modo, nos sonhos operam o mesmo material infantil, com os impulsos e mecanismos mentais da infância. Nos sonhos deformados, a realização de desejo pode não estar evidente, porém deve ser interpretada. Os desejos são considerados proibidos, e a existência destes foi à causa da deformação onírica, o motivo da intervenção da censura dos sonhos.

Freud sentiu a necessidade de explicar por que existem tantos sonhos de conteúdo aflitivo e, especialmente, sonhos de ansiedade. Expôs que em primeiro lugar, pode ser que a elaboração onírica não tenha conseguido criar uma realização de desejo; assim, parte do afeto aflitivo dos pensamentos oníricos ficou excedente no sonho manifesto. Deste modo, é muito mais difícil a elaboração onírica alterar o sentido dos afetos de um sonho do que o seu conteúdo. Os afetos, às vezes, são altamente resistentes. O que então acontece é a elaboração onírica transformar o conteúdo aflitivo dos pensamentos oníricos na realização de um desejo, ao passo que o afeto desagradável persiste inalterado.

Em segundo lugar, Freud explanou que não há dúvida de que uma realização de desejo deve proporcionar prazer; porém, a relação do sonhador para com seus desejos é uma relação muito especial; ele os repudia e os censura, de modo que sua realização não lhe dará prazer, e sim o desprazer por ser considerado como algo perigoso; e a experiência mostra que este desprazer aparece sob a forma de ansiedade, um fato que necessita ser interpretado e explicado. Se duas forças psíquicas se opõem, os desejos não podem ser realizados, pois a sua realização poderá causar desprazer a uma dessas forças.

Freud expôs também que os sonhos de ansiedade frequentemente possuem um conteúdo que escapou à censura, pois está censura fica atenue durante o estado do sono, em benefício apenas do desejo de dormir. Tal sonho, muitas vezes, é a realização indisfarçada de um desejo. A ansiedade é um sinal de que o desejo reprimido se mostrou mais forte que a censura, deste modo a ansiedades tomou lugar da censura. Sonhos de ansiedade são também sonhos que fazem despertar, antes que o desejo reprimido tenha executado a realização completa, apesar da censura.

Freud relatou que o sonho pode representar, e ser substituída por uma intenção, uma advertência, uma reflexão, uma preparação, uma tentativa de solucionar um problema, e assim por diante. Quando esta intensão se realiza, o sonho não se repete. Tudo isso se aplica somente aos pensamentos oníricos latentes que foram transformados em sonho. Assim, constatamos que todos estes atos mentais altamente complexos podem realizar-se inconscientemente. Quando se fala de sonho, deve-se querer significar ou o sonho manifesto ou, no máximo, também a própria elaboração onírica, isto é, o processo psíquico que forma o sonho manifesto a partir dos pensamentos oníricos latentes.

Assim, Freud expôs também que os pensamentos oníricos latentes são o material que a elaboração onírica transforma em sonho manifesto. A única coisa essencial a respeito de sonhos é a elaboração onírica que modificou o material ideativo. Ademais, regularmente se apossa de mais alguma coisa, que não faz parte dos pensamentos latentes do dia anterior, mas que é a verdadeira força propulsora da construção do sonho. Este acréscimo indispensável é o desejo igualmente inconsciente, para cuja realização o conteúdo do sonho recebe sua nova forma. Pode, por seu turno, mais uma vez, ser um desejo, e neste caso o sonho, com auxílio de um desejo inconsciente, representará como realizado um desejo latente do dia anterior.

Por último, Freud relatou que alguma coisa se acrescenta aos resíduos diurnos, algo que também fazia parte do inconsciente, um impulso pleno de desejos, poderoso, porém reprimido; e é este, somente, que torna possível a construção do sonho. A influência deste impulso pleno de desejos sobre os resíduos diurnos cria a outra parte dos pensamentos oníricos latentes.

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