Qual a perspectiva/papel da ciencia na pesrspectiva sartreana?

Jean Paul Sartre, ao defender as principais teses do existencialismo e da fenomenologia, cita a importância da liberdade como condição humana, liberdade de se conduzir no mundo fazendo escolhas e sendo responsáveis por ela.

Segundo ele, o homem constrói o seu próprio destino, transcendendo a situação da sua realidade atual, uma vez que sabe que seu futuro no seu passado. Nisso se baseia o ponto forte de sua tese, o engajamento, adaptando às ações às ideias, fazendo da ciência e do conhecimento um ato político. Em outras palavras, não basta ficarmos retidos a nossa base teórica, precisamos participar ativamente por aquilo que acreditamos. Sartre chama de “má fé” a atitude de renúncia da própria liberdade assumindo um papel pronto que a sociedade nos impõe. Quando isso acontece, deixamos de ser sujeitos da existência, para nos tornamos objetos dela.

Ao estabelecer as noções de essência ou significação, o existencialismo garantiu às ciências humanas (a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Linguística...) a validação de projetos nos campos científicos de investigação. Por outro lado, a perspectiva de Sartre trouxe algumas controvérsias, pois ao colocar o homem como ponto principal, algumas áreas de seu pensamento caíram em desuso, principalmente quando surgiram questões de cunho ecológico, a saber, a escassez dos recursos e a extinção de espécies, a destruição da camada de ozônio, a defesa dos animais, o impasse ambiental como uma crise de economia e de consciência.