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Por que para Hegel, o desenvolvimento dialético do Espírito indica o progresso em direção à liberdade?

Dialética? 

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Geslane Sales

A dialética de Hegel é bastante complexa, mas no geral ela está relacionada a um movimento que o filósofo adequa a sociedade em determinados períodos de sua história. Inicialmente, é importante compreender que para Hegel o espírito é o sujeito e esse pode ser o sujeito individual (cada um) ou coletivo (família, religião, Estado e outros). É no sujeito individual que a vontade se expressa e essa vontade deve ser livre, mas a liberdade só se efetiva no Estado. Mas o Estado que Hegel classifica como fundamental à liberdade possui características diferentes daquele que estamos habituados. inicialmente Hegel diz que a dialética se detém no universal abstrato, aqui para o filósofo se produzem as piores formas de governo, como o Absolutista. Essa sociedade para Hegel, é a sociedade feudal. No universal abstrato, as vontades de uma pessoa ou de pequenos grupos se sobressaem em relação aos indivíduos e isso para Hegel não é o ideial. O segundo momento da dialética é a particularidade, aqui ocorre a transição do feudalismo para a Modernidade e as caraterísticas do capitalismo de expressam fortemente, como o individualismo. Dessa vez, o indivíduo é maior que o Estado e passa a priorizar o bem individual ao invés do bem comum. Esse momento ainda não é o ideial para Hegel. No terceiro e mais evoluído momento da dialética em Hegel, é o universal concreto, nega a particularidade que por sua vez, negou o universal abstrato. É aqui que a liberdade se efetiva de fato, pois o Estado é resultado da totalidade dos indivíduos, e é chamado por Hegel de Estado Ético. A eticidade é uma condição da vida social e esse Estado se coloca acima das disputas, dos conflitos. Aqui os indivíduos alcançaram uma riqueza ética e moral que permitem a preocupação com o bem comum. Esse seria para Hegel, um segundo momento da modernidade, onde o desenvolvimento da dialética gera a liberdade e o progresso.

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RD Resoluções

Em sua obra “A Fenomenologia do Espírito”, Hegel aborda a formação da consciência. O centro da argumentação é a relação entre o mecanismo de apreensão da realidade e a própria realidade. Segundo o autor, a consciência se expande e se modifica de acordo com os conflitos dos desejos, ou conflitos com outras consciências, derivados de experiências sociais. Para que o homem consiga buscar a verdade, deve assimilar as transformações das coisas por meio da assimilação das transformações das ideias também.


Para compreender o pensamento de Hegel é fundamental entender alguns aspectos do seu pensamento, o primeiro a realidade como manifestação do espírito. Esse foi um conceito herdado da filosofia de Fichte e Schelling e foi ampliado no pensamento de Hegel.

O que significa entender a realidade como espírito, entretanto, não como substância como fora definido na filosofia de Aristóteles, como também pensava Schelling, entretanto, a realidade em movimento, desse modo, como ação do sujeito.

Para Hegel, o espírito só poderá ser entendido   como processo dialético, sendo que o real enquanto espírito só é possível o seu entendimento no movimento dialético nos três estágios da dialético: tese, antítese e síntese.


Hegel compreende o movimento em três momentos, processos articulados. Primeiro a tese, que corresponde ao ser em si; segundo ao ser outro, a dinâmica do movimento; o terceiro, o retorno do ser para si, significando a superação das contradições daqueles instantes.

Portanto, para Hegel a realidade é um contínuo movimento, denominado de devir, etimologia herdada do pensamento de Heráclito.  Todavia, todo movimento é uma preparação para outro movimento continuamente.

Para Hegel a consciência que atingir o saber absoluto, alcança a razão enquanto tal, compreendendo por meio da certeza a realidade, desenvolvendo a unidade entre o ser e o pensar.


Hegel ainda diz que a história é o desenvolvimento do espírito no tempo, a filosofia entende esses movimentos no uso da razão absoluta, sendo que a história para Hegel é a contínua movimentação da consciência na evolução das ideias em direção a construção de uma sociedade objetivo.

Sendo assim, para Hegel o desenvolvimento dialético do Espírito corresponde à uma evolução da razão e os passos para uma sociedade humanitária e justa, correspondendo também à ideia de liberdade.

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