Nos casos em que se tem conflito aparente de normas penais, (ou seja, quando para um determinado fato, aparentemente, pode existir duas ou mais normas há serem aplicadas) são utilizados 4 principios para se obter uma resolução para o caso, sendo esses:
a) principio da especialidade
b) principio da subsidiariedade
c) principio da consumação
d) principio da alternatividade.
O PRINCIPIO DA SUBSIDIARIEDADE
Sustenta que o operador de direito deverá interpretar a situação e concluir que um tipo será subsidiário (norma menos abrangente) enquanto que o outro será primário (norma mais abrangente). Por conseguinte, a norma primária absorverá a norma subsidiária.
Nesse sentido, Fernando Capez dispõe que: “A norma que descreve o ‘todo’, isto é, o fato mais abrangente, é conhecido como primária e, por força do princípio da subsidiaridade, absorverá a menos ampla, que é norma subsidiária, justamente porque esta última cabe dentro dela. A norma primária não é especial, é mais ampla”.
O doutrinador exemplifica a conceituação dizendo: "Um fato (subsidiário) está dentro do outro (primário). É como se tivéssemos duas caixas de tamanhos diferentes, uma (a subsidiária) cabendo na outra (primária)".
O conflito aparente de normas no direito penal é solucionado por três regras: Consunção, especialidade e subsidiariedade.
Na consunção quando um crime é um meio para outro crime mais grave o crime meio é absolvido, sendo que, o agente só será punido pelo crime mais gravoso. Ex.: Para subtrair um bem, A entra na casa de C e subtrai um objeto valioso. Nesse caso o crime de violação de domicílio fica absorvido pelo crime de furto.
Na especialidade o crime especial afasta a aplicação do crime geral. Ex.: Uma mulher sob influência do estado puerperal mata seu próprio filho após o nascimento. Nesse caso o crime adequado é o infanticídio e não o homicídio, pois, há uma elementar especial que é a influência do estado puerperal.
O princípio da subsidiariedade menciona que o agente será punido pelo crime mais leve apenas quando não for possível a aplicação do crime mais grave. Ex.: Se A joga uma pedra no carro de B quando esse passa e o mata, não responderá pelo crime de dano (menos grave) e sim pelo crime de homicídio (mais grave).
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