Cada ente federativo deverá detalhar, em suas normas, como deve se dar o exercício de tais competências, de acordo com o seu eminente interesse.
As normas para cooperação entre os entes, no entanto, deverá ser definida por intermédio de Lei Complementar.
"Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional."
No entanto, segundo Paulo Affonso Leme Machado, em um de seus brilhantes artigos, "a função da lei complementar prevista no parágrafo único do art. 23 CF é a de possibilitar cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Quando se coopera, ajuda-se o ente que recebe a cooperação, fazendo com ele execute melhor sua missão.
A cooperação, portanto, não é uma invasão na competência aquele para quem se presta colaboração. A lei complementar não pode, pois, especificar qual o tipo de licenças ambientais a serem fornecidas pelos Estados e pelos Municípios, pois esse assunto é típico da organização administrativa – uma faceta da autonomia – de cada ente federado.
[...]
A presteza no licenciamento ambiental não deve prejudicar o direito dos entes federados de intervirem validamente para assegurarem o interesse nacional e transfronteiriço, regional, estadual e local. O Superior Tribunal de Justiça aceitou a possibilidade de um duplo licenciamento.
Existirão atividades e obras que terão importância ao mesmo tempo para a Nação e para os Estados, e , nesse caso, poderá haver duplicidade de licenciamento. O deferimento ou indeferimento do licenciamento deverá ser respeitado, aplicando-se, inclusive, as sanções de cada legislação- federal, estadual ou municipal-, em caso de desobediência".
(Grifos nossos. A competência ambiental na Constituição Federal e uma possível Lei Complementar. Paulo Affonso Leme Machado)
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