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Como justificar essa resposta ?

A Carta Magna de 1988, no que tange à organização sindical, manteve a estrutura básica de organização proveniente desde 1930, isto é, conservou o denominado “sistema confederativo”. Esta estrutura prevê uma hierarquia entre os órgãos que a compõe, ou seja, entre sindicatos, federações e confederações.

 

Nota-se, portanto, que as centrais sindicais não fazem parte da organização sindical brasileira.    

Neste contexto, qual o fundamento jurídico constitucional para que as centrais sindicais possam ser constituídas? As centrais sindicais regularmente constituídas podem negociar coletividade representando os trabalhadores? Justifique.              

💡 2 Respostas

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Marcia Al

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Carlos Eduardo Ferreira de Souza

1ª Parte da Resposta:

O fundamento jurídico constitucional para criação das centrais sindicais se encontra na liberdade sindical (art. 8º, caput e incisos, da CRFB).

O princípio da liberdade sindical traz dois principais aspectos: primeiramente, quanto à criação e extinção dos sindicatos e, em segundo lugar, a de liberdade de associação, desassociação e permanência dos trabalhadores.

Quanto à criação e extinção dos sindicatos, deve haver liberdade ao fazê-las, por seus membros e integrantes, não podendo o Estado intervir no seu funcionamento ou impor a sua dissolução compulsória como um ato arbitrário, a qualquer momento e sem observância do devido processo legal. Neste ponto, temos a mitigação da liberdade sindical em relação à possibilidade de suspensão de suas atividades ou extinção da entidade sindical.

A suspensão (temporária, portanto) das atividades da associação sindical se dará por sentença judicial, devidamente fundamentada, com observância do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, bem como dos direitos e garantias exercidos pelo ordenamento jurídico.

Já a extinção exige que a sentença judicial, nos mesmos termos acima expostos, tenha transitado em julgado, ou seja, não cabendo interposição de recursos.

Quanto à liberdade de associação, desassociação e permanência, não deve o Estado intervir, seja obrigando alguém a se associar, permanecer ou se retirar. Cabe, contudo, em observância à infastabilidade do controle jurisdicional, o controle externo da legalidade e da constitucionalidade dos atos praticados pelo sindicato, pelo Poder Judiciário.

Exemplificativamente, não poderia ocorrer o afastamento compulsório de um associado, ainda que pelos membros da associação sindical, sem observância do contraditório e da ampla defesa. Da mesma forma, não poderia ser prestigiado no âmbito de sindicato práticas racistas ou nazistas, por exemplo.

2ª Parte da Resposta:

Não. Quem representa coletivamente os trabalhadores são os sindicatos, federações e confederações, que podem, eventualmente, compor as centrais sindicais.

Como atribuições das centrais sindicais, temos as seguintes (art. 1º, I e II, da Lei 11.648/08):

I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e 

II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. 

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