A desconsideração da personalidade jurídica é uma prática no direito civil e no direito do consumidor e no direito falimentar de, em certos casos, desconsiderar a separação existente entre o patrimônio de uma empresa e o patrimônio de seus sócios para os efeitos de determinadas obrigações, com a finalidade de evitar sua utilização de forma indevida, ou quando este for obstáculo ao ressarcimento de dano causado a terceiros.
Trata-se de instituto do Código Civil que prevê a possibilidade de desconsiderar, temporaria e pontualmente, de forma excepcional, a existência da Pessoa Jurídica para acessar os bens de seus sócios e satisfazer os débitos contraídos, desde que preenchidos os requisitos legais.
O principal efeito é o rompimento da blindagem patrimonial, com possibilidade de alcançar os bens dos sócios.
"Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso."
O Código Civil adotou a teoria maior, sendo necessário o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial.
Desvio de finalidade ocorre por realização de atividades estranhas ao objeto contratual, por exercício de atividade ilícita e por utilização da pessoa jurídica para enriquecer os sócios em detrimento da pessoa jurídica.
A confusão patrimonial ocorre quando o patrimônio da pessoa jurídica é utilizado para pagar dívidas do sócio e vice-versa. Se o interessado não respeita a blindagem, por que o Estado-juiz deve fazê-lo?
"Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por:
I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-versa;
II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto o de valor proporcionalmente insignificante; e
III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. "
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