Provém de Platão (427 a.C. – 347 a.C.) e de Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) “a concepção organicista [de Estado], segundo a qual o E. [Estado] é independente dos indivíduos e anterior a eles” (ABBAGNANO, 2007: 423). “A concepção organicista funda-se na analogia entre o E.[Estado] e um organismo vivo. O E.[Estado] é um homem em grandes dimensões; suas partes ou membros não podem ser separados da totalidade. A totalidade precede, portanto, as partes (os indivíduos ou grupos de indivíduos) de que resulta; a unidade, a dignidade e o caráter que possui não podem derivar de nenhuma de suas partes nem do seu conjunto. Essa concepção do E. [Estado] foi elaborada pelos gregos. Platão considera que no E. [Estado] as partes e os caracteres que constituem o indivíduo estão ‘escritos em tamanho maior’ e, portanto, são mais visíveis (...); assim, começa a determinar quais são as partes e as funções do E. [Estado] para proceder depois à determinação das partes e das funções do indivíduo (...) Este é um modo de exprimir a prioridade do E. [Estado]: a estrutura do E [Estado]. é a mesma estrutura do homem, porém mais evidente. Aristóteles, por sua vez, afirmava: ‘O E. [Estado] existe por natureza e é anterior ao indivíduo, porque, se o indivíduo de per si não é autossuficiente, estará, em relação ao todo, na mesma relação em que estão as outras partes. Por isso, quem não pode fazer parte de uma comunidade ou quem não tem necessidade de nada porquanto se basta a di mesmo não é membro de um E. [Estado], mas fera ou Deus’ (...).” (ABBAGNANO, 2007: 423).
A concepção de Política, segundo Aristóteles, é a seguinte: “‘Está claro que existe uma ciência à qual cabe indagar qual deve ser a melhor constituição: qual a mais apta a satisfazer nossos ideais sempre que não haja impedimentos externos; e qual a que se adapta às diversas condições em que possa ser posta em prática. Como é quase impossível que muitas pessoas possam realizar a melhor forma de governo, o bom legislador e o bom político devem saber qual é a melhor forma de governo em sentido absoluto e qual é a melhor forma de governo em determinadas condições’ (...).” (ABBAGNANO, 2007: 901)
Referencias bibliográficas:.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
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