De acordo com a Reforma, o trabalhador intermitente tem direito ao seguro-desemprego, caso a sua demissão não seja de natureza de justa causa. Entretanto, a MP especifica que, caso o colaborador não seja convocado pelo empregador por um período mínimo de 12 meses, o contrato é extinto, o que consequentemente não o dá direito de receber o seguro-desemprego, mas que o trabalhador poderá movimentar o limite de 80% do dinheiro depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ademais, a MP prevê que o trabalhador apenas terá acesso à metade do aviso prévio, com direito a indenização de 20% sobre o saldo total do FGTS, em vez dos 40% na circunstância de demissão.
Na MP publicada pelo presidente Michel Temer, indica que o trabalhador intermitente tem direito de parcelar as férias, desde que as partes envolvidas estejam de acordo. O tópico não está incluso no texto original da Reforma. A Medida também prevê o fim da multa de 50% ao trabalhador intermitente que não comparecer ao empregador no dia combinado previamente entre as partes.
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Emendas com a intenção de anular a regra que presume a divisão dos custos dos processos trabalhistas também devem ser inseridas, uma vez que o tópico pode desencorajar – por razões financeiras – o trabalhador a processar o empregador, mesmo sendo lesado de alguma forma.
Conforme o texto original da Reforma, o salário do trabalhador é levado em consideração na base de cálculo da indenização por dano extrapatrimonial – que se enquadra em casos de danos morais. Porém, a MP enviada estabelece um único parâmetro para que os possíveis valores futuramente recebidos pelos empregados sejam independentes de seus salários anteriores.
Além disso, as emendas devem apresentar mais proteção à lactante que trabalha em locais considerados insalubres. De acordo com a Reforma, as lactantes podem trabalhar em grau médio ou mínimo de insalubridade. Vale destacar que o nível de insalubridade (mínimo, médio e máximo), assim como o tempo de exposição, de acordo com o texto original, é definido por meio de uma convenção coletiva.
A criação de meios para o financiamento de sindicatos também será proposta. Segundo as regras da Reforma, que entraram em vigor no último dia 11, a contribuição sindical é facultativa, sendo de total responsabilidade do empregado.
Entre os pontos considerados polêmicos da Reforma Trabalhista está a regulamentação do autônomo exclusivo, que legaliza as atividades do trabalhador para uma única empresa, sem o vínculo empregatício. Ou seja, mesmo que o colaborador compareça ao mesmo local todos os dias, na mesma hora, ele não seria um funcionário dela de fato.
Esse tópico está modificado pela MP, na qual há a proibição da obrigação da relação exclusiva, sendo decisão do trabalhador exercer para uma única empresa ou não os seus serviços. Além disso, a medida regulamenta a possibilidade do autônomo recusar a atividade demandada pelo empregador, com penalidade prevista em contrato.
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O texto original permite que a escala 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso seja utilizada em todas as profissões, sem nenhuma distinção, em que o empregador pode fazer um acordo individual com cada trabalhador. Com a MP proposta, apenas profissionais da área de saúde podem fazer negociar individualmente por escrito.
Outro ponto de sugestão de alteração da MP frente à Reforma Trabalhista é que a jornada 12x36 seja submetida a acordo coletivo e convenção coletiva para as funções que não estejam ligadas a área de saúde.
Fonte: Economia - iG @ http://economia.ig.com.br/2017-11-17/reforma-trabalhista.html
O conceito de trabalho intermitente, no âmbito do direito brasileiro, é trazido pelo art. 443, §3º, da CLT: "Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. "
Assim, é aquele contrato de trabalho em que há prestação de serviços, com subordinação, pessoalidade e onerosidade, mas sem o requisito da continuidade, pois se caracteriza por intercalar períodos de prestação e períodos de não-prestação ou inatividade do empregado.
O tempo será contado, para fins salariais e de outros direitos, neste tipo de contrato, em horas, dias ou meses, conforme estabeleça o contrato de trabalho, independentemente da atividade exercida.
No trabalho autônomo exclusivo, inexiste a figura da subordinação, razão pela qual se descaracteriza o vínculo de emprego, neste interim, se trata daquele que "exerce sua atividade profissional por contra própria e com assunção dos próprios riscos", podendo estabelecer continuidade ou não da prestação de serviços.
Em síntese, no trabalho intermitente existe subordinação e não admite a continuidade, enquanto no trabalho autônomo exclusivo inexiste a subordinação e se admite, de forma facultativa, a continuidade.
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