A maioridade penal aos 18 anos é ou não cláusula pétrea?

Trata-se sim de uma cláusula pétra, à medida que estabelece um direito fundamental do adolescente conforme o artigo 228 da Constituição Federal Vigente. Assim, lembrando que os direitos fundamentais não são apenas aqueles trazidos pelo artigo 5º da CF-88, estando, pois, espalhados por todo o texto contitucional. Destarte, como é sabido, o artigo 60 da CF, em seu §4, inciso IV que não será objeto de deliberação proposta de emenda constitucional tende a abolir direitos e garantias fundamentais. Consequentemente, a maioridade penal não pode ser reduzida devido ao que fora estabelecido pelo Poder Constituinte Originário. A existência de tais cláusulas pétreas é o que faz Alexandre de Moraes afirmar que a CF-88 é super-rígida, não podendo ser restringida ou abolidas tais cláusulas pétreas. Assim, apenas sob à égide de um novo Poder Constituinte e consequentemente uma nova Constituição, é que sepoderia questionar e redução da maioridade penal, observando, contudo, o que o STF chama de Princípio da Vedação ao Retrocesso. 

O tema é polêmico.

Segundo o art. 60, em seu § 4º, inciso IV, "não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: IV - os direitos e garantias individuais."

O texto do referido comando constitucional elucida, portanto, que não pode haver emenda que tenda a abolir um direito e garantia fundamental. 

Considerando a atual maioridade penal uma garantia fundamental, e levando em conta esse artigo, muitos juristas se pronunciaram publicamente contrários a redução da maioridade penal, argumentando pela inconstitucionalidade da medida.

Outros, porém, entendem que tal dispositivo constitucional deve ser interpretado de maneira restritiva. Para estes, a sociedade é dinâmica, e a constituição deve ser capaz de acompanhar as alterações desta para que não se torne ultrapassada.

Para estes, a alteração da maioridade penal não tenderia a abolir direitos e garantias individuais, e sim se alterar o parâmetro de 18 para 16 anos.