Nosso corpo possui inúmeros sistemas de controle. Uns atuam ao nível dos órgãos, para regular parte destes; outros atuam a nível sistêmico, regulando a interação entre os órgãos. Ainda há também os genéticos, que regulam o funcionamento intra e extracelular.
Grande parte desses sistemas de controle utiliza o processo de feedback negativo. Para entender esse processo, nada melhor que exemplificar com alguns sistemas de controle do nosso corpo.
Uma concentração aumentada de CO2 no LEC faz com que a ventilação pulmonar aumente, e isso, por sua vez, provoca a redução da concentração de CO2, visto que os pulmões excretam maiores quantidades do gás para o meio exterior.
Então, a concentração elevada provoca a redução dessa concentração, o que é negativo em relação ao estímulo inicial.
Quando a pressão arterial eleva-se, receptores neurais presentes nas paredes das grandes artérias são estimulados de forma excessiva, devido ao estiramento desses vasos, fazendo com que impulsos transmitidos para o bulbo inibam o centro vasomotor.
O centro vasomotor então reduz o número de impulsos transmitidos, diminuindo a atividade de bombeamento pelo coração e facilitando o fluxo sanguíneo nos vasos periféricos, diminuindo a pressão arterial até seu valor normal.
Então, se algum fator diminui ou aumenta demais, o sistema de controle relacionado a este fator ativa o mecanismo de feedback negativo, que provoca uma série de alterações, fazendo com que esse fator volte a seu valor médio, mantendo a homeostasia.
Na via contrária, nosso corpo também possui um mecanismo de feedback positivo, que na maioria das vezes são ciclos viciosos e podem até causar a morte do indivíduo. O feedback positivo nunca leva à estabilidade, e sim, à instabilidade.
O coração de um indivíduo normal tem a capacidade de bombear cerca de 5 litros de sangue por minuto. Porém, se houver perda súbita de 2 litros de sangue, a quantidade restante é tão baixa que o bombeamento do coração é comprometido.
Então, a pressão arterial e o fluxo de sangue para o coração diminuem, resultando no enfraquecimento do músculo cardíaco, maior redução de bombeamento, decréscimo do fluxo sanguíneo e enfraquecimento ainda maior do coração. Esse ciclo se repete até a morte.
O estímulo inicial provoca seu próprio aumento, o que é um feedback positivo. Mas, nem sempre o feedback positivo é ruim. Vejamos o mecanismo a seguir.
Quando as contrações uterinas se intensificam para empurrar a cabeça do feto contra o colo uterino, o estiramento do colo uterino emite sinais, até o corpo do útero, que responde com contrações ainda mais intensas. O colo do útero é então ainda mais distendido. Esse ciclo continua até que o feto nasça.Existem ainda situações em que os dois tipos de feedback são simultâneos. Por exemplo, no caso da coagulação sanguínea, a ativação da cascata da coagulação acontece por feedback positivo, mas faz parte de um processo de feedback negativo para a manutenção do volume sanguíneo normal.
Um dos conceitos mais importantes da fisiologia é o de feedback, termo em inglês que normalmente é traduzido como retroalimentação. Esse termo foi proposto para nomear o conjunto de respostas promovidas pelos sistemas do nosso corpo diante de um desequilíbrio.
O sistema de feedback negativo é o que mais ocorre no organismo, sendo considerado por muitos autores o mecanismo primário para a manutenção da homeostase. Ele provoca uma mudança negativa em relação à alteração inicial, ou seja, um estímulo contrário àquele que levou ao desequilíbrio.
O mecanismo de feedback negativo pode ser explicado analisando-se, por exemplo, o controle da pressão sanguínea. Quando ela cai abaixo do normal, nosso corpo percebe que houve um desequilíbrio e iniciam-se processos que voltam a pressão sanguínea aos valores adequados. O mesmo ocorre quando a pressão sanguínea aumenta e o corpo imediatamente realiza ajustes para que ela retorne ao normal.
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