Responsabilidade civil é aquela que emerge do descumprimento de obrigação contratual (responsabilidade civil contratual) ou normativa (responsabilidade civil extracontratual ou aquiliana).
Nesse sentido, preceitua o art. 927, do Código Civil informa que "Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo."
Assim, todo aquele que praticar ato ilícito ou agir com abuso de direito fica obrigado a reparar o dano causado a outrem, ainda que de ordem moral.
É que o ato ilícito é praticado por quem, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causa dano a outrem. Isso decorre do cometimento intencional ou inobservância dos deveres médios de cuidado que implica na causação de dano a alguém.
O dano pode ser de ordem material, moral, estético e todos podem ser cumulados, nos termos do art. 5º, V e X, da CRFB, bem como da Súmula 387 do STJ:
"Art. 5º [...]
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
[...]
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"
"STJ - Súmula 387 É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral."
O dano, contudo, pode ocorrer também de comissão ou omissão que, a princípio, se mostra lícita, mas na qual o titular do direito age com violação ao princípio da boa-fé objetiva. Exemplificando, um inquilino que deva restituir imóvel no estado de conservação que encontrou e, por briga pessoal com o proprietário, determina a pintura do imóvel (cumprindo obrigação que lhe era imposta), mas todo de preto, por exemplo, cor absolutamente distinta do branco que ornava a casa.
Por fim, precisamos tratar dos elementos da responsabilidade civil e para isso é necessária a distinção entre responsabilidade civil objetiva e responsabilidade civil subjetiva.
Responsabilidade civil subjetiva é aquela que independe da comprovação de culpa ou dolo e é a regra no Código Civil, o que se extrai do art. 927, parágrafo único, do Código Civil:
"Art. 927. [...]
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."
É que a lei exige lei especial ou características específicas da atividade para dispensar a comprovação de culpa (lato senso = culpa ou dolo), razão pela qual se conclui que a regra geral depende da comprovação da culpa do agente.
A responsabilidade civil objetiva é regra no direito do consumidor e no direito administrativo, cabendo exceções, como a de serviço prestado por profissional voluntário ou de omissão genérica da Administração.
Realizada a distinção, temos que a responsabilidade civil exige, para qualquer dos casos, a comprovação da conduta, comissiva ou omissiva, ilícita ou com abuso de poder, praticada por um agente.
Da mesma forma, exige a comprovação de dano a direito alheio, mesmo que de ordem exclusivamente moral.
Por fim, deve ser demonstrado o nexo de causalidade entre as condutas, ou seja, que a conduta do agente é que levou à causação do dano.
Comprovados os requisitos, fica o responsável obrigado a indenizar, salvo se presente uma das excludentes, quais sejam:
1) Caso fortuito ou força maior;
2) Fato exclusivo da vítima;
3) Fato exclusivo de terceiro.
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