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Ontem, 20 de agosto de 2011, às 18h, em Belo Horizonte/MG, Zé do Pó, habilitado na categoria D, na direção de um veículo automotor, ultrapassou em alta velocidade o sinal vermelho em cruzamento de vias urbanas, atropelando o ciclista José Cidadão Ecológico. Ao perceber a gravidade do acidente, deixou de prestar socorro à vítima, embora pudesse fazê-lo sem risco pessoal. Em consequência das lesões, a vítima morreu, algum tempo depois, ainda no local do fato. Dali, Zé do Pó foi até uma Delegacia de Polícia e confessou o ocorrido, dizendo que provocou o acidente porque se encontrava sob influência de cocaína, o que foi confirmado. Zé do Pó deverá ser denunciado por: (FUNDEP. 2011. MPE/MG. PROMOTOR DE JUSTIÇA)

💡 2 Respostas

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Matheus Assunção

Homicídio culposo e lesão corporal culposa
O dever de solidariedade jurídica emerge do disposto no art. 135 do Código Penal, de seguinte teor: “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nestes casos, o socorro da autoridade pública: pena — detenção, de um a seis meses, ou multa”. Nos crimes de trânsito, até então previstos no Código Penal (homicídio culposo e lesão corporal culposa), a norma somente era aplicável no que dizia respeito à pessoa ferida, em decorrência do respectivo acidente, do qual fora protagonista a pessoa que se omitiu do dever de solidariedade. Mesmo assim, a conduta típica de não fazer era aplicável tãosomente como causa especial de aumento de pena (um terço), consoante o disposto nos arts. 121, § 4º, e 129, § 7º, ambos do Código Penal. O Código de Trânsito modificou o quadro existente, erigindo à condição de crime a omissão de socorro decorrente de acidente de circulação. A respeito dispõe o art. 304: “Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio de autoridade pública: pena -- detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave”. Trata-se, portanto, de crime subsidiário, isto é, somente será considerado se não constituir elemento de outro mais grave. E tal nuança está presente, pois a omissão de socorro constitui causa especial de aumento de pena (de um terço à metade) no homicídio culposo, como também na lesão corporal culposa, consoante deflui dos arts. 302, parágrafo único, inciso III, e 303, parágrafo único. Em conseqüência, somente em situações excepcionais prevalecerá o crime de omissão de socorro, como, por exemplo, absolvido o agente da prática de homicídio culposo ou lesão culposa, restar demonstrada a ocorrência da omissão do dever de solidariedade, a qual constituiria, tão-somente, repita-se, causa especial de aumento de pena se acolhida fosse a pretensão punitiva mais grave.

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Estudante PD

Primeiramente deve ser observado o artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro que dispõe:

 Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:

        Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o  No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:                     

I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;                     

II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;                       

III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;                      

IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.                   

§ 3o  Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:                 

Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

Ele responderia pelo crime previsto no artigo 302 §3º do Código de Trânsito Brasileiro, isto é, homicídio culposo em virtude sob a influência de substância psicoativa. A causa de aumento prevista no §2º do artigo 302 supra em tese não poderia ser aplicada, por questão de topografia no Código, pois o aumento está antes da qualificadora, porém, os Tribunais estão afastando esse pensamento no crime de furto qualificado praticado com o aumento do repouso noturno sendo assim, pode haver a aplicação da causa de aumento em virtude da omissão de socorro. 

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