No final do ano letivo de 2015, alunos universitários de uma determinada Instituição de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, organizaram uma passeata em favor da liberação do uso da maconha. “Realizada a referida manifestação, agentes do setor de inteligência da polícia civil registraram, por intermédio de fotografias e gravações, cartazes onde se lia “fumar maconha é a melhor coisa do mundo”, “eu aperto meu baseado e ninguém tem nada a ver com isso”, além de cânticos e exaltações a favor da liberação do “jogo do bicho”. De todo esse material foi feito um dossiê e à guisa de peça de informações foi enviado ao Ministério Público que, identificando alguns participantes daquela passeata, foi imputado a eles o crime de apologia de crime ou criminoso (CP, art. 287). Esclareça, penal e fundamentadamente, a decisão do Ministério Público.
A decisão do Ministério Público foi incorreta por dois motivos. Primeiro porque a manifestação em prol da legalização da maconha não pode ser considerada crime segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal na ADI 4.274. Já em relação a apologia ao jogo do bicho não se configura crime conforme o artigo 287 do Código Penal, pois para haver esse crime o ato de apologia deve ser feito em relação à fato criminoso e não contravencional que é o jogo do bicho, desse modo, há atipicidade na conduta dos indivíduos dessa passeata.
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