Tendo em vista essa reflexão, podemos afirmar que a concepção de proteção à integridade física do indivíduo é uma ideia constante na cultura jurídica, presente nas terras brasileiras, desde da colonização portuguesa?
Como o Brasil era colônia de Portugal vigorava no Brasil o ordenamento jurídico português. Em apertada síntese, durante os anos do Brasil-colônia estavam em vigor as leis promulgadas pelo rei de Portugal à época. Assim, vigoraram no Brasil as Ordenações Afonsinas (1500-1514), as Ordenações Manuelinas (1514-1603) e as Ordenações Filipinas (a partir de 1603).
O livro 5 das Ordenações Afonsinas trata dos crimes e das penas. Nota-se neste ordenamento a aplicação da pena de morte para diversos crimes e para outros penas bastante severas e cruéis como o açoite e a amputação de membros.
Assim, a proteção à integridade física estava bastante comprometida durante os anos em que o Brasil era colônia de Portugal, especialmente porque o Direito Português era aplicado aqui de maneira bastante arbitrária.
Podemos citar como exemplo o título XXXIV, da Livro 5, das Ordenações Filipinas estabelecia que:
Homens não podiam usar roupas de mulher e as mulheres não podiam usar roupas de homens.
Pena: Se fossem trabalhadores: açoites em praça pública. Se fossem um escudeiro ou alguém de nível superior a escudeiro seria, homem seria deportado para a África e mulher seria deportada para Castro-Marim.
Além das penas acima, ficava o infrator obrigado ao pagamento de multa no valor de dois mil réis para aquele que o acusasse.
Embora o princípio tenha sido tradicionalmente levantado em relação a práticas como tortura, tratamento desumano e desaparecimento forçado, a integridade corporal tem o potencial de se aplicar a uma ampla gama de violações de direitos humanos, que também afetam os direitos civis das crianças.
Práticas que violam a integridade corporal de uma criança incluem todas as formas de violência física, desde punição corporal até tratamento médico forçado, às vezes contra os desejos expressos de uma criança. Cirurgias não terapêuticas e sem consentimento são também violações da integridade corporal e incluem práticas como cirurgia genital 'corretiva' em crianças intersexuais, cirurgia de mudança de sexo, mutilação genital feminina, circuncisão de rotina de bebês e meninos do sexo masculino e esterilização de pessoas com dificuldades de aprendizagem
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