Sobre o tema crime continuado o Código Penal adotou a teoria:

Definição do Direito, dispondo diferentemente do que ocorre na ordem natural das coisas. O crime continuado é uma ficção jurídica porque trata como unidade o que é pluralidade, ou seja, quando o agente pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser considerados como continuação do primeiro. FONTE: JUSBRASIL 

O CP adotou a teoria subjetiva-objetiva (também conhecida como mista). Não basta a presença de condições semelhantes, é indispensável que integrem o dolo do agente. Deve restar demonstrado que este dirigiu finalisticamente a conduta. Caso contrário, serão considerados crimes em concurso material. Fonte: notas de aula.

O crime continuado está conceituado no artigo 71 do Código Penal que menciona: Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.

Exemplo: A, em virtude da falta de policiamento ostensivo na cidades B, C, D, e E, planeja furtos contra supermercados. No dia 1 de maio de 2019 ele comete um furto no estabelecimento B, no dia 10 de maio de 2019 ele furta o estabelecimento C, no dia 18 de maio ele furta o estabelecimento D e por fim no dia 30 de maio ele furta o estabelecimento E. Todos os furtos foram praticados com o mesmo modus operandi, isto é, ele entrava no estabelecimento, distraia quem estava no Caixa e subtraía algum bem em cima do balcão. No caso em questão há um crime continuado, sendo que, ele deverá responder por um furto aumentando sua pena em 1/4.

Por que 1/4?  

1/6 - dois crimes;

1/5 - três crimes;

1/4 - quatro crimes;

1/3 - cinco crimes;

½ seis crimes

2/3 - sete crimes em diante. 

Foi adotada a teoria da ficção jurídica em que a continuidade delitiva é uma ficção criada pelo direito segundo Francesco Carrara.