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Como se faz a avaliação pelo partograma?

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Daniel Maeda Garcia

O registro no partograma

Algumas das principais informações que devem ser registradas no documento são:

  • identificação e idade da gestante;
  • breve história obstétrica, como quantidade de filhos e histórico de aborto;
  • pressão arterial e temperatura;
  • batimentos cardíacos do bebê;
  • frequência e intensidade das contrações;
  • condição da bolsa (se rota ou íntegra);
  • características do líquido amniótico;
  • dilatação do colo uterino;
  • progresso da descida do bebê pelo canal de parto;
  • uso de medicações e outras informações.

Vale mencionar que existem várias versões e modelos diferentes do partograma. O necessário é que ele contenha os dados exigidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

A importância do partograma

Com os registros, é possível acompanhar e documentar com detalhes todo o processo, fazendo uma análise precisa do andamento do trabalho de parto. O médico pode diagnosticar alterações, identificar se o processo está ocorrendo dentro dos padrões ou se há algum problema. Isso permite tomar as medidas cabíveis e as condutas apropriadas de modo mais eficiente e seguro.

A partir das anotações no documento também é possível concluir qual é a melhor opção para a mãe e para o bebê: se parto normal ou cesariana.

No caso de um trabalho de parto prolongado e com ausência de dilatação, por exemplo, pode-se concluir que a parturiente apresentará distocia, isto é, um trabalho de parto difícil e anormal. Em situações assim, o bebê provavelmente não conseguirá nascer pelo modo normal, sendo necessário o procedimento cirúrgico da cesariana.

Em outros casos, como o de grávidas com diabetes não controlada ou com placenta insuficiente, a cesárea também é recomendada. No entanto, não é incomum a cirurgia ser agendada pela gestante, sem haver qualquer necessidade. Muitas mulheres escolhem essa opção com base em alguns mitos sobre o parto normal, o que gera um número excessivo de cesáreas no país.

Devido a isso, o partograma configurou-se como uma importante medida do governo, por meio da Resolução Normativa nº 368, para coibir o meio cirúrgico, quando desnecessário. Isso permite uma escolha mais segura e consciente do parto, adequado às necessidades da gestante e do bebê.

O que a Resolução Normativa recomenda?

Resolução Normativa (RN) nº 368, do Ministério da Saúde, está em vigor desde 5 de julho de 2015 e dispõe sobre a utilização do partograma. O documento faz parte de um pacote de resoluções lançado pelo Governo Federal e foi adotado, pelo Ministério da Saúde, como uma das medidas de incentivo ao parto normal.

A RN tem o objetivo de orientar profissionais da saúde a realizarem a cesariana apenas se necessário. E tal medida visa coibir as cirurgias marcadas com antecedência e sem indicação médica.

Diante disso, a OMS recomenda que o índice de cesáreas não ultrapasse 15% dos partos. No entanto, dados da Fiocruz, em parceria com a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), revelam uma realidade bem diferente: 52% dos nascimentos são por cesáreas e o índice chega a 88% na rede privada. E, somente a partir de 2016, o número de cesarianas começou a diminuir e a indicar tendência de estabilização dos índices.

Por isso, no Brasil, o uso do partograma é uma prática adotada pelo SUS e é obrigatório na rede suplementar de saúde, desde 2015. O Ministério da Saúde também determina que o documento seja considerado como parte integrante do processo para o pagamento do parto nas redes privadas, no caso de procedimentos por meio de plano de saúde.

Como funciona o partograma?

Diferenciar as fases do trabalho de parto, também chamadas de divisões funcionais, torna-se fundamental para entender melhor como o partograma funciona. Veja a seguir:

Primeira fase

É o período preparatório: fase latente do trabalho de parto, quando a dilatação ainda é lenta e com abertura de até 1 cm por hora.

Essa fase compreende o início das contrações uterinas — ainda mais espaçadas — e o amolecimento, o apagamento ou encurtamento e o início da dilatação do colo do útero.

A gestante deve ser encaminhada à maternidade para que seja mantida em vigilância e suas contrações sejam monitoradas. Essa fase não deve durar mais que oito horas.

Segunda fase

Este é o período dilatatório. É a fase ativa do trabalho de parto, também chamada de trabalho de parto propriamente dito. A dilatação ocorre mais rapidamente e com abertura a partir de 3 cm.

É nesse período que se deve dar início ao partograma e fazer o primeiro registro. Depois, outras informações sobre a evolução da dilatação e do trabalho de parto devem ser preenchidas no documento. As principais são: descida do feto, toques vaginais e o horário do exame, condições da bolsa, posição do bebê, batimentos e sinais vitais.

Nessa fase, também ocorre o apagamento do colo uterino e as contrações se tornam mais constantes e regulares, com intervalos menores de 10 minutos. Para as mães de primeira viagem, esse pode ser um longo período, podendo levar, em média, nove horas. Da segunda gestação em diante, a duração dessa fase diminui para cerca de quatro horas.

Terceira fase

Este é o período pélvico. É a fase final, quando a dilatação começa a desacelerar, indo até o nascimento do bebê. Em média, essa fase dura de uma a duas horas.

Como visto, o partograma é um importante documento para a gestante. Ele orienta a equipe médica e indica se há riscos ou se o trabalho de parto está dentro da normalidade. Diante disso, a equipe decide o melhor tipo de parto, conforme as necessidades da mãe e do bebê.

Ficou alguma dúvida sobre o partograma? Deixe seu comentário aqui e aproveite para nos contar suas expectativas para quando chegar a sua vez de se tornar mãe!

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