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Qual adequação típica penal ao sujeito que após grave discussão com a mulher grávida, esta morre três dias depois?

Considerações:

Muito assustada com o episódio, ocorre a expulsão do feto.

O esforço dos médicos assegura a sobrevivência do prematuro. Entretanto, após três dias de internação, a mulher morre.

O acusado não pretendia prejudicar a gestação da esposa e ficou muito aflito quando percebeu que ela estava passando mal, chegando mesmo a auxiliar no socorro.

A causa da morte da esposa do acusado foi uma grave infecção contraída durante o período de internação;

💡 2 Respostas

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Rejane Silva

As questões jurídicas, muitas vezes, são complexas e cheias de detalhes e curiosidades que necessitam análise com bastante atenção. A princípio, há de se ater aos conceitos e tomar conhecimento da extensão do art. 13, CP, e das teorias que lhe são correlatas. Observando seu caput, verifica-se a aplicação da Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais (ou Conditio sine qua non), cujo trata causa como todo fato oriundo de comportamento humano sem o qual o resultado não teria ocorrido (nem como, nem quando ocorreu). Seguindo esta linha de raciocínio, a causa é a conduta adequada à produção do resultado (art. 13, §1º, CP). O caso exposto nesta questão configura um obstáculo de conduta predecessora que  doutrina imputa o termo de "concausa" ou concurso de fatores (preexistentes, concomitantes ou supervenientes) que, paralelamente ao comportamento do agente, são capazes de modificar o curso natural do resultado. Ou seja, são fatores externos à vontade do agente, mas que se unem a sua conduta. Assim, têm-se duas causas: a do agente e esses fatores que com a dele convergem. Desta feita, em relação a esses fatores, pode-se afirmar que existem duas modalidades de causas: as dependentes e as independentes. Em resposta a pergunta, a adequação típica penal imputada ao sujeito pode ser a Causa Superveniente Relativamente Independente que não produz por si só o resultado.

FONTE: http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI184628,21048-Causas+das+concausas

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Estudante PD

Nesse caso em virtude da morte da gestante, pode ser observado o crime de homicídio culposo conforme o artigo 121 §3º do Código Penal, pois, não pode ser configurado o aborto, pois, o acusado não a intenção de causar a morte da criança e da mãe. Também não se pode falar em lesão corporal, pois a gestante morreu. Há uma causa superveniente relativamente independente (infecção hospitalar) que em alguns casos é atribuída ao desdobramento normal da ação e em outros casos não. Dessa maneira, o único crime em tese cometido seria o homicídio culposo, pois, em virtude da imprudência do acusado ocorreu a morte de sua esposa. 

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