Tem legitimidade de propor uma Ação Possessória todo àquele que se afirme possuidor e tiver a sua posse turbada, esbulhada ou ameaçada. Conforme aduz o Artigo 561 do Código de Processo Civil, incumbe ao autor da ação possessória, provar: I - a sua posse; II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu; III - a data da turbação ou do esbulho; IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
Percebe-se que a primeira verificação a ser feita antes da propositura de uma ação possessória é se o autor realmente é o detentor da posse, o que será fundamental para o acolhimento da ação possessória, visto que a sua não comprovação descaracteriza tal ação.
Sobre o assunto esclarece Carlos Roberto Gonçalves:
“Assim, a pessoa que adquire um imóvel e obtém a escritura definitiva, mas não a posse, por exemplo, porque o vendedor a retém, não pode socorrer-se da ação possessória, porque nunca teve a posse, a ação apropriada nesse caso, será a de imissão na posse.”
A segunda verificação a ser feita é com relação à prova da turbação ou do esbulho praticado pelo réu. O autor da ação deve descrever como prova quais os fatos que o estão cerceando o exercício da posse. Assim como terceira verificação deve o autor da ação provar a data do esbulho e da turbação. A data da turbação ou do esbulho é de suma importância, pois dela depende o procedimento que será adotado. Será rito especial (posse nova), com pedido de liminar se lesões praticadas há menos de ano e dia do ajuizamento da ação ou quando passado o prazo de ano e dia (posse velha) rito comum, porém, não perdendo o caráter possessório. Neste sentido, aduz a Jurisprudência que:
“É cabível a ação possessório mesmo superado p ano e dia, com a única alteração relativa ao descabimento da concessão liminar da manutenção ou reintegração”. (RT, 722/168)
Ainda é importante a prova da data da turbação ou do esbulho para a verificação de eventual prescrição da ação, que de acordo com o Artigo 205 do Código Civil é de 10 anos.
A quarta verificação refere-se à necessidade do autor da ação de manutenção de posse provar a continuidade de sua posse, ou seja, mesmo tendo sido molestado ainda não a perdeu para o réu. Como já foi dito, se já não possui mais a posse do bem a ação a ser intentada será a de reintegração de posse.
Com relação ao interdito proibitório o novo Código de Processo Civil manteve suas considerações jurídico-normativas em separado na Seção III em seus artigos 567 e 568. A ameaça existente sobre o bem com eminência de uma turbação ou esbulho, pode levar o possuidor por meio de ação de Interdito Proibitório na tentativa de evitar que venham a consumar-se.
FONTE: http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=17525&revista_caderno=21
Considerando que a propriedade imobiliária seja adquirida pela forma convencional da compra e venda, dispõe o Código Civil:
Art. 1.245. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
Ou seja, a prova da propriedade se dá com a escritura registrada do imóvel, ou com a certidão expedida pelo cartório do Registro de Imóveis.
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