Buscar

14– Um sistema eleitoral compreende critérios destinados à qualificação dos cidadãos em eleitores e em elegíveis,

14– Um sistema eleitoral compreende critérios destinados à qualificação dos cidadãos em eleitores e em elegíveis, visando à representatividade. Leia as proposições abaixo e indique qual a correta: a) A representatividade dos elegíveis pelo eleitorado não é assegurada nem pelo o sufrágio universal; b) Os critérios são sempre distintos, relacionados ao sexo, idade e renda; c) Os critérios não são diferentes: os eleitores são igualmente elegíveis; d) Os critérios variam dependendo se a eleição é proporcional ou majoritária; e) No Brasil o voto censitário, por estrato de renda, permaneceu do Império ao Estado Novo.

💡 3 Respostas

User badge image

Murilo Miguel

obrigado pessoal
1
Dislike0
User badge image

LR

Resposta: A alternativa correta é a (a) A representatividade dos elegíveis pelo eleitorado não é assegurada pelo sufrágio universal.

Justificativa:

As alternativas (b) Os critérios são sempre distintos, relacionados ao sexo, idade e renda, (c) Os critérios não são diferentes: os eleitores são igualmente elegíveis, (d) Os critérios variam dependendo se a eleição é proporcional ou majoritária, (e) No Brasil o voto censitário, por estrato de renda, permaneceu do Império ao Estado Novo, com exceção da alternativa (e), que está integralmente INCORRETA, as alternativas (b), (c) e (d) não estão completamente INCORRETA, apenas não se aplicam ao atual sistema eleitoral brasileiro. Já houve momentos da história da democracia no Brasil em que vigoravam alguns dos critérios nas alternativas (I). A explicação do critério da votação majoritária e proporcional, além de justificar porque a alternativa (d) está INCORRETA, poderá também explicar porque a alternativa (a) A representatividade dos elegíveis pelo eleitorado não é assegurada pelo sufrágio universal,  está CORRETA (II).

I) Fases dos critério dos eleitores no Brasil: 1) Até 1889, vigorou o voto censitário, onde apenas votavam a elite masculina do país, excluindo-se assim pobres, mulheres, padres e militares; 2) Até 1930, vigorou o sufrágio masculino, onde apenas homens votam. A parcela da população mais pauperizada (desempregados, analfabetos e sem tetos), não eram aceitos, as outras camadas da população podiam votar, entretanto, as camadas mais baixas autorizadas a votar (excluindo a camada pauperizada), eram coagidos pelos coronéis a votar segundo o interesse da elite (voto de cabresto); 3) De 1930 a 1937, foram incluídos o voto secreto e o voto das mulheres. A população pauperizada, composta em maioria por desempregados, analfabetos e sem tetos, ainda eram excluídos do processo político, seja pelos critérios eleitorais, seja pelo exclusão social que gera a exclusão política; 4) De 1937 a 1945, a Ditadura Varguista suspendeu as eleições; 6) De 1945 a 1964, vigoraram eleição populares, a partir de certa idade todos os brasileiros podiam votar, com exceção dos analfabetos; 5) De 1964 a 1988, período marcado pela Ditadura Militar, apenas podia-se votar para os cargos legislativos, em um sistema bipartidário e mediado por uma forte censura, os analfabetos ainda era excluídos do processo eleitoral. 6) De 1988 até hoje, a Constituição de 1988 instaura, finalmente o sufrágio universal, o que inclui absolutamente todas as camadas da população, inclusive os analfabetos.

A explicação do critério da votação majoritária e proporcional, além de justificar porque a alternativa (d) está incorreta, poderá também explicar porque a alternativa (a) A representatividade dos elegíveis pelo eleitorado não é assegurada pelo sufrágio universal,  está CORRETA:

II) Eleições segundo os critérios majoritários e proporcionais no Brasil: Em 1965, o Código Eleitoral passa a prever a Representação Proporcional, que funciona da seguinte forma, as cadeiras (vagas do cargo concorrido) são distribuídas segundo uma proporção entre o número de cadeiras disponíveis e a quantidade de votos que cada partido obteve. Dessa forma, se um partido X recebeu a maioria dos votos, ele irá ocupar a maioria das cadeiras disponíveis, dessa forma todos os partidos que concorreram as eleições irão ter no mínimo um de seus representantes eleitos, mesmo que este representante não tenha recebido uma quantidade significativa de votos. O critério proporcional é importante para que a Democracia seja de fato representativa, pois permite que as minorias, mesmo sendo minorias, possam ter seus representantes no governo. O voto majoritário não leva em consideração os partidos, apenas a número de votos dos candidatos. Sendo assim, se houverem 100 cadeiras disponíveis, elas serão ocupadas pelos 100 candidatos com maior número de votos, mesmo que estes candidatos pertençam majoritariamente a um único partido, e que isso excluía diversos outros partidos do local institucional de decisão pública, o que pode gerar um problema de representatividade. O voto Majoritário é apenas inegociável quando há apenas uma vaga para o Cargo, ou seja, nos casos das eleições para Presidente, Governado e Prefeito. É necessário mencionar aqui que há formulas para traçar critérios dessa natureza, o voto distrital, por exemplo, um Presidente é eleito pela maioria dos votos de cada distrito, ou seja, Estão concorrendo o candidato Inácio e o candidato Miguel para o cargo de Presidente de um país composto por 10 estados. No estado 1, 60% das pessoas votaram no candidato Inácio e 40% das pessoas votaram no candidato Miguel. Inácio também recebe a maioria dos votos nos estados 2, 3, 4, 5, 6, e 7. Já Miguel recebe a maioria do votos nos estados 8, 9 e 10. O voto distrital, em certa medita é também majoritário, a maioria do estado define que o distrito 1, era voltar no candidato Inácio. Como os estados 2, 3, 4, 5, 6 e 7, decidiram a mesma coisa, ao todo foram 7 os distritos em que Inácio recebe a maioria dos votos. Miguel que recebeu a maioria dos votos nos estados 8, 9 e 10, soma apenas a vitória em 3 estados. Assim, o resultado das eleições não representa necessariamente a maioria dos votos de toda a população, e sim a maioria dos votos de cada estado, após eles estipularem suas respectivas maiorias. Se todos os estados possuíssem o mesmo número de habitantes, a soma dos votos distritais representaria a soma da maioria dos votos da população. Entretanto, cada estado possui um contingente populacional diferente. Se no estado 1 somam-se 10 mil habitantes, e no estado 9 somam-se 5 mil habitantes, e o voto distrital da o mesmo peso eleitoral para ambos os estados, no sentido de que um estado vale um voto, no caso dos estados, um voto no estado 9 valem 2 votos no estado 1. Assim, o problema do voto distrital é o da sub-representação, pois o candidado eleito não compõe necessariamente a maioria dos votos da população, e sim apenas a maioria dos votos dos estados. Tanto o voto proporcional, quanto o voto majoritário são foram constantes na história do Brasil. Com relação aos critérios dos eleitores, ambos, majoritário e proporcional, respondem igualmente ao que determina a lei a respeito de quem pode ou não votar. No Brasil, hoje, os votos proporcionais elegem os cargos de deputado federal, deputado estadual, deputado distrital e vereados, e os votos majoritários elegem os cargos de Presidente da República, governador do estado e do Distrito Federal, senador e prefeito.

0
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.

User badge image

Outros materiais