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Para Norberto Bobbio a política possui um fim específico? Explique

💡 2 Respostas

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Daiane Corsi

Bianca,me segue, que tenho um resumo. Ta nos meus enviados. 

 

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LR

Bobbio a política não possui um fim específico, pois na realidade ela possui muitos fins, nunca havendo um entre eles que permaneça imutável: “a política não tem fins perpetuamente estabelecidos, e muito menos um fim que os compreenda a todos e que possa ser considerado como o seu verdadeiro fim: os fins da Política são tantos quantas são as metas que um grupo organizado se propõe, de acordo com os termos e circunstâncias” (BOBBIO, 1993: 957). Para Bobbio, “se o poder político, justamente em virtude do monopólio da força, constitui o poder supremo num  determinado grupo social, os fins que se pretende alcançar pela ação dos políticos são aqueles que, em cada situação, são considerados prioritários para o grupo (ou para a classe nele dominante): em épocas de lutas sociais e civil, por exemplo, será a unidade do Estado, a concórdia, a paz, a ordem pública, etc.; em tempos de paz interna e externa, será o bem-estar, a prosperidade ou a potência; em tempos de opressão por parte de um Governo despótico, será a conquista dos direitos civis e políticos; em tempos de dependência estrangeira, a independência nacional” (BOBBIO, 1993: 957).

Há quem compreende a política do ponto de vista de Maquiavel, ou seja, erroneamente a política como o poder pelo poder. Quanto a isso, Bobbio conclui seu pensamento sobre o fim da política: “O poder pelo poder é um modo deturpado do exercício de qualquer forma de poder, que pode ter como sujeito tanto quem exerce o grande poder, qual o político, quanto quem exerce o pequeno, como o do pai de família ou o do chefe de seção que supervisiona uma dezena de operários. A razão pela qual pode parecer que o poder como fim em si mesmo seja característico da Política (mas seria mais exato dizer de um certo homem político, o homem maquiavélico), reside no fato de que não existe no poder que o médico exerce sobre o doente [que usa o poder para curar e não pelo prazer de exerce-lo] ou no do rapaz que impõe o jogo aos companheiros [que usa o poder porque gosta do jogo, e não pelo prazer de exerce-lo]. Se o fim da Política, e não do homem político maquiavélico, fosse realmente o poder pelo poder, a Política não serviria para nada. É provável que a definição da Política como poder pelo poder derive da confusão entre o conceito de poder e o de potência: não há dúvida de que entre os fins da Política está também o da potência do próprio Estado com os outros Estados. Mas uma coisa é uma Política de potência e outra o poder pelo poder. Além disso, a potência não é senão um dos fins possíveis da Política, um fim que só alguns Estados podem razoavelmente perseguir.” (BOBBIO, 1993: 958-959).

Referência Bibliográfica:

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.

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