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Qual a diferença entre contraditório e ampla defesa?

💡 2 Respostas

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Estudante PD

Olá, Mayara.

Contraditório é o princípio pelo qual a pessoa tem o direito de responder perante alguma acusação que lhe esteja sendo atribuída.

Já a ampla defesa é outro princípio constitucional segundo o qual a pessoa, durante o processo, pode se utilizar de diversas formas para se defender, alegando fatos e propondo provas. Essas formas necessariamente devem estar de acordo com as leis, não podendo ser ilícitas, isto é, contra o ordenamento jurídico vigente.

Normalmente, o contraditório e a ampla defesa estão atrelados um ao outro. Mas existe uma exceção que encontrei nesse site aqui:

https://direitodiario.com.br/ampla-defesa-e-contraditorio-diferenca/

É a seguinte:

De acordo com Renato Brasileiro de Lima:

“Se a autoridade policial verificar que a publicidade das investigações pode causar prejuízo à elucidação do fato delituoso, deve decretar o sigilo do inquérito policial com base no art. 20 do CPP, sigilo este que não atinge a autoridade judiciária e nem o Ministério Público.

Se, de um lado, os estatutos processuais penais dispõem que o inquérito é sigiloso, do outro, o Estatuto da OAB prevê que o advogado tem o direito de examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração nos autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos a autoridades, podendo copiar peças e tomar apontamentos, independentemente de autorização de autoridade policial ou de encarregado de IPM (Lei n° 8.906/94, art. 7°, XIV). Havendo informações sigilosas nos autos do inquérito policial (v.g., quebra de sigilo bancário e/ou telefônico), todavia, não é qualquer advogado que pode ter acesso aos autos, mas somente aquele que detém procuração, aplicando-se analogicamente o disposto no art. 7°, incisos XIII, XV e XVI, c/c art. 7°, § 1 °, todos da Lei n° 8. 906/94. Na mesma linha, conforme disposto no art. 107, I, do novo CPC, o advogado tem direito a examinar, em cartório de fórum e secretaria de tribunal, mesmo sem procuração, autos de qualquer processo, independentemente da fase de tramitação, assegurados a obtenção de cópias e o registro de anotações, salvo na hipótese de segredo de justiça, nas quais apenas o advogado constituído terá acesso aos autos.

De mais a mais, não se pode perder de vista que a própria Constituição Federal, em seu art. 5°, LXIII, assegura ao preso a assistência de advogado. Ora, se a Carta Magna assegura ao preso a assistência de advogado, evidente que essa assistência passa, obrigatoriamente, pelo acesso do defensor aos autos do inquérito policial, sob pena de se tornar inócua a referida garantia constitucional.”

E prossegue no assunto, demonstrando o caráter inquisitorial do Inquérito Policial e a possibilidade de existência de ampla defesa sem contraditório em nosso ordenamento jurídico (página 122):

“Apesar de o contraditório e a ampla defesa não serem aplicáveis ao inquérito policial, que não é processo, não se pode perder de vista que o suspeito, investigado ou indiciado possui direitos fundamentais que devem ser observados mesmo no curso da investigação policial, entre os quais o direito ao silêncio, o de ser assistido por advogado, etc. Aliás, como visto antes, do plexo  de direitos dos quais o investigado é titular, é corolário e instrumento a prerrogativa do advogado de acesso aos autos do inquérito policial (Lei n° 8.906/94, art. 7°, XIV), tal qual preceitua a Súmula Vinculante n° 14 do Supremo. (Súmula n° 14 do STF: ‘é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa’. Acrescentou-se).

Logo, se houver, no curso do inquérito, momentos de violência e coação ilegal, há de se assegurar a ampla defesa ao investigado. Daí por que o STJ deferiu ordem em habeas corpus para assegurar que a oitiva de testemunhas e a quebra do sigilo telefônico, requeridas pelo investigado, e indeferidas pela autoridade policial, fossem levadas adiante no curso da investigação.

Convém destacar que há corrente doutrinária (minoritária) que sustenta a possibilidade de ampla defesa no curso do inquérito policial. Entre outros, Marta Saad sustenta que ‘se não se mostra apropriado falar em contraditório no curso do inquérito policial, seja porque não há acusação formal, seja porque, na opinião de alguns, sequer há procedimento, não se pode afirmar que não se admite o exercício do direito de defesa, porque esta tem lugar ‘em todos os crimes e em qualquer tempo, e estado da causa’, e se trata de oposição ou resistência à imputação informal, pela ocorrência de lesão ou ameaça de lesão’".

 

Espero ter ajudado de alguma forma!

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Júnior Oliveira

Muitos autores definem que contráditório e ampla defesa como sinônimos. No entanto, parte relevante da doutrina diferencia os termos a partir da técnica estrita, afirmando que contraditório é o direito que uma parte tem de ser ouvida em igualdade de condições da outra.

De outro lado, a ampla defesa é o direito da parte de apresentar provas defensivas, de lançar mão de todos os meios de prova e de recuros possíveis para fazer valer o seu direito.

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