O que é Câncer de Pulmão?
É um tumor caracterizado pela quebra dos mecanismos celulares naturais do pulmão, a partir de estímulos carcinogênicos ao longo dos anos, levando ao crescimento desorganizado de células malignas. Este tumor maligno que pode pegar desde a traqueia até a periferia do pulmão é uma das principais causas de morte entre as neoplasias no Brasil, com 28.220 casos novos em 2016, sendo a principal causa de morte por câncer entre homens e a segunda maior entre as mulheres.
Tipos
O subtipo do câncer de pulmão é determinado a partir de uma amostra da lesão analisada ao microscópio por um médico patologista. Os principais subtipos são:
Carcinoma de pulmão indiferenciado de grandes células
Também chamado de câncer de pulmão indiferenciado de células não pequenas, ele geralmente cresce e se espalha mais lentamente do que o câncer de pequenas células, mas mais rapidamente que os outros tipos. Este tipo de câncer caracteriza-se por ser encontrado em qualquer lugar do pulmão, o que pode torná-lo mais difícil de tratar. O carcinoma de pulmão indiferenciado de grandes células é responsável por 10% a 15% dos cancros do pulmão.
Adenocarcinoma
Este tipo é o mais frequente atualmente, sendo responsável por cerca de 40% dos cânceres de pulmão. É também o tipo mais comum de câncer de pulmão entre os não-fumantes. O adenocarcinoma começa nas células que produzem o muco e outras substâncias e costuma progredir mais lentamente do que os outros tipos.
Carcinoma epidermoide
Cerca de um quarto dos casos de câncer de pulmão se enquadra nesta categoria. O carcinoma epidermoide começa nas células que revestem as vias aéreas no interior dos pulmões e são, geralmente, encontrados no centro do pulmão, ao lado dos brônquios.
Carcinoma de pulmão pequenas células
Também conhecido como câncer de pulmão de pequenas células, é o cancro que se espalha de forma mais rápida pelo pulmão. O tumor de pequenas células pode ser dividido entre carcinoma de pequenas células e carcinoma de pequenas células combinadas. Aproximadamente 15% de todos os casos de câncer de pulmão são de pequenas células, sendo mais comum em homens do que mulheres. É a forma mais agressiva, iniciando geralmente nos brônquios e com alto potencial para criar metástases em outras partes do corpo, como cérebro, fígado e osso. Quase todos os casos ocorrem por causa do tabagismo.
O câncer de pulmão pode ser do tipo metastático, ou seja, aparecer como uma metástase de outro câncer, como o de bexiga ou de mama.
Causas
A causa mais comum do câncer de pulmão é o tabagismo por um longo período de tempo. Outros fatores de risco importantes são:
Sintomas
Sintomas de Câncer de Pulmão
Os sintomas iniciais do câncer de pulmão são facilmente confundidos com doenças comuns, sendo os mais frequentes:
Perda rápida de peso e de apetite também podem ocorrer em pacientes com esse tipo de tumor. É comum o paciente não sentir absolutamente nada na fase inicial, o que é um perigo maior, pois leva ao diagnóstico nas fases mais tardias da doença.
Diagnóstico e Exames
Buscando ajuda médica
Qualquer uma das manifestações de sintomas, principalmente se conhecida a exposição aos fatores de risco, deve servir como um alerta para a procura de orientação médica. Mudanças características da tosse, como aumento da frequência e produção de catarro, são indicativos para procurar um médico.
Diagnóstico de Câncer de Pulmão
Dificilmente o câncer de pulmão é diagnosticado em fase inicial, justamente pela ausência de sintomas. Dessa forma, o tumor geralmente é diagnosticado em estágio avançado ou alocado em outros lugares. Quanto ao diagnóstico precoce, exames de imagem periódicos podem auxiliar na detecção da doença no momento em que ainda pode ser possível tratamento com intenção curativa. A radiografia simples do tórax pode auxiliar na avaliação inicial. Qualquer suspeita de anormalidade no exame de raio x levará à necessidade de se fazer uma tomografia computadorizada do tórax. Este exame é de fácil acesso e fornece informações muito detalhadas sobre os pulmões, principalmente nos pacientes tabagistas. Caso estes exames evidenciem alterações suspeitas de câncer, será necessária a realização de uma biópsia, que significa a retirada de um pequeno fragmento da área suspeita para a análise, que poderá confirmar a presença de câncer do pulmão.
Exames
Há diversos exames importantes a serem avaliados, tanto no momento do diagnóstico quanto no acompanhamento, os principais são:
Entre esses exames, destacam-se a tomografia computadorizada e a cintilografia óssea. Recentemente, vem sendo utilizada uma ferramenta importante em alguns casos: o exame chamado de tomografia por emissão de pósitrons (PET-TC). Este é um equipamento que une os recursos diagnósticos da Medicina Nuclear (PET) e da Radiologia (CT). O equipamento sobrepõe as imagens metabólicas (PET) às imagens anatômicas (CT), produzindo assim um terceiro tipo de imagem. Pode auxiliar no diagnóstico precoce, avaliar a extensão da doença e a eficácia de um tratamento, assim como no planejamento da radioterapia. Em alguns casos, pode-se até evitar procedimentos invasivos.
Tratamento e Cuidados
Tratamento de Câncer de Pulmão
Apesar de a cirurgia ser considerada o tratamento de maior chance de controle e cura, poucos são os candidatos a uma ressecção completa - cerca de 10% a 20% dos casos apenas. Entre esses, uma porcentagem reduzida se beneficia claramente da cirurgia. A radioterapia com intenção curativa, associada ou não à quimioterapia, tem sido reservada para pacientes que não podem ser operados por questões técnicas, como a localização do tumor, ou questões clínicas, como a saúde do paciente. O carcinoma indiferenciado de não pequenas células pode ser tratado com cirurgia, ao passo que o carcinoma de pequenas células responde melhor à quimioterapia e à radioterapia. Nos casos em que a doença é metastática, a quimioterapia pode ser realizada para aumentar a média de sobrevida em relação ao tratamento de suporte, assim como a qualidade de vida.
Convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
As complicações possíveis decorrem do tamanho, local da lesão e eventualmente de substâncias produzidas pelo tumor e liberadas na corrente sanguínea. O seu crescimento pode afetar por invasão, obstrução ou compressão de estruturas respiratórias, vasculares ou nervosas. Há sempre o potencial de hemorragia, e sintomas podem ocorrer em decorrência de elementos secretados pelo tumor ou dos locais das metástases.
Se o câncer de pulmão avançar pelo órgão, pode surgir um líquido na cavidade pleural, ocupando o pulmão inteiro e causando uma insuficiência respiratória. Se avançar para cima do coração, pode diminuir a funcionalidade deste, bem como causar insuficiência hepática se pegar o fígado. O tumor também pode avançar para o sistema nervoso central ou coluna, podendo causar paralisia, lesões e deficiência de movimento.
Convivendo/ Prognóstico
O tabagismo tem relação com mais de 90% dos casos de câncer. Dessa forma, cessar o cigarro deve ser o primeiro passo. Doenças complexas como o câncer de pulmão exigem o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Médicos, fisioterapeutas, cirurgiões-dentistas, psicólogos e terapeutas ocupacionais fazem parte desta equipe. Seguir suas orientações e utilizar corretamente os tratamentos de suporte prescritos são fundamentais para o êxito na terapêutica oncológica. Manter uma alimentação equilibrada, ingestão de água adequada e atividade física, assim como uma atitude pró-ativa e otimista ao longo do caminho, são fundamentais.
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Expectativas
Segundo estatísticas do banco de dados SERR do Instituto Nacional do Câncer, dos Estados Unidos, o diagnóstico precoce do câncer de pulmão tem um papel fundamental na sobrevida do paciente. Quando o câncer ainda está localizado, a sobrevida de 5 anos ou mais é de 55,2%. Já na doença mais avançada, os índices de sobrevivência diminuem. Na fase metástica da doença esse índice pode atingir 4,3% de sobrevivência.
Prevenção
Prevenção
Evitar os fatores de risco e aumentar os fatores de proteção pode ajudar a prevenir o câncer de pulmão.
Pare de fumar
O tabagismo é o fator de risco mais importante para o câncer de pulmão. Cigarro, charuto, cachimbo e outras formas de consumo do tabaco podem aumentar o risco. O tabagismo causa cerca de 9 em cada 10 casos de câncer de pulmão em homens e cerca de 8 em cada 10 casos em mulheres.
O risco também está relacionado com o número de cigarros fumados por dia e com o tempo de vício - logo, quanto mais cigarros você fuma por dia e quanto mais cedo você começa, maior é risco. Pessoas que fumam têm cerca de 20 vezes o risco de ter a doença em comparação com aqueles que não fumam.
Evite o fumo passivo
Estar exposto à fumaça do tabaco é também um fator de risco para câncer de pulmão. O fumo passivo é a fumaça que vem de um cigarro aceso - ou outro produto do tabaco - ou que é exalada pelos fumantes. As pessoas que inalam o fumo passivo estão expostas aos mesmos agentes causadores de câncer, embora em quantidades menores.
Suplementos de betacaroteno em fumantes pesados
Esse nutriente está presente em diversos alimentos, principalmente naqueles com cor alaranjada, como a cenoura. A suplementação de betacaroteno em pessoas fumantes pode diminuir o risco de câncer de pulmão, especialmente naqueles que fumam um ou mais maços por dia. No entanto, a suplementação não substitui a cessação do tabagismo, devendo ser utilizada somente com acompanhamento médico e associada com tratamentos para largar o vício.
Referências
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