O código fala em culpa do devedor, então se não houver culpa, fica extinta a obrigação ou entrega-se a coisa no estado. Exceto no caso de obrigação alternativa, pois neste caso, subsistirá o débito quanto à outra prestação.
Depende se houver perda da prestação sem culpa, resolve-se e extingue a relação. Se houver apenas deterioração ,pode em um consenso a parte credora receber a prestação com um abatimento no valor.
Em regra, a afirmação é verdadeira e dela trataremos.
Quando estamos diante de obrigação de dar coisa certa, aplicaremos o art. 234, primeira parte, do Código Civil:
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Aqui não existirá um dever de indenizar, pois evento da natureza faz a coisa se perder sem culpa do devedor. Assim, a coisa perece para o próprio devedor, pois antes da tradição a coisa ainda pertencia a ele (princípio do res periti domini).
Quando tratarmos de obrigação de fazer ou não fazer, estaremos diante dos arts. 248 e 250, do Código Civil:
"Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
[...]
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar."
Segundo esses artigos, também se resolve a obrigação por impossibilidade da prestação sem culpa dos devedores, hipótese que envolve a decorrente de fato da natureza.
Quando, contudo, o devedor estiver em mora, responderá pela impossibilidade de prestação, ainda que derive de caso fortuito ou força maior (art. 399, do CC):
"Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada."
Outra exceção ocorre quando se trata de obrigação de dar coisa incerta, que é aquela definida ao menos pelo gênero e quantidade (art. 243, do CC). É que a perda da coisa é facilmente substituída por outra, quando ocorre a perda (e.g. 1 tonelada de milho é substituível por outra, desde que não tenha sido escolhida a safra específica).
Tendo havido escolha, passa a ser obrigação de dar coisa certa, regida pelas regras anteriormente citadas.
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