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Existe algum tipo de Delito que não se aplica o principio da ultima ratio?

  1. Sabendo que o Direito Penal tem como um dos seus alicerces o Principio da Ultima Ratio (O direito penal entra em cena somente se outras disciplinas do direito não resolverem o conflito ou se o bem jurídico em questão e de valor inestímavel, como por exemplo a vida), No caso da CPI da Petrobras este principio foi fielmente seguido, estão primeiro apurando os fatos para depois indiciar os envolvidos para responderem a processo, porém na minha rua um senhor foi vitima de um golpe, sua conduta é ilibada, não possui antecedentes criminais, possui familia, emprego estável, residência fisica na cidade há anos, e sofreu um golpe, onde perdeu muito dinheiro, porém foi indiciado como mentor do crime, esta preso há mais de 30 dias, mesmo sem não existir provas contra ele, pelo contrário, há provas e relatos de testemunhas que ele perdeu dinheiro no golpe que aplicao deram nele, Porém neste caso não se aplicou o principio da ultima ratio! Qual a diferença entre o Caso da Petrobras e do Senhor da Minha Rua? Lembrando que no caso da Petrobras os relatórios dos auditores do Tribunal de Contas da União, já apontam negligência na análise de balanço para investir aquela quantia absurda naquela empresa americana falida, o que já aponta para Fraudem e no caso do senhor da minha rua não há provas nem evidencias contra ele, porém ele já esta preso há mais de 30 dias, já os envolvidos da petrobras não foram nem indiciados ainda, pq tamanha diferença na aplicação da legislação em ambos os casos?

 

💡 1 Resposta

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Diego da Mota Borges

Caro Kleber Olimpio, sem dúvidas concordo com você no que diz respeito ao princípio da “Ultima Ratio” (ou também princípio da subsidiariedade), segundo o qual o direito penal só deve ser chamado quando os demais ramos do Direito de mostrarem insuficientes e incapazes de tutelar o bem jurídico.

Entretanto, há alguns pontos no seu questionamento que merecem melhor esclarecimento. Apesar dos esclarecimentos não tenho dúvidas de que pessoas tecnicamente em situações iguais são tratadas como diferentes pela justiça.

Ocorre que o seu indagamento sobre a “Ultima Ratio” não tem aplicação no caso tratado, pois questões penais devem ser separadas de questões processuais (essa separação deve ocorrer sem se adentrar no mérito, ou seja, quem é culpado ou não)

É que a “Ultima Ratio” está para o Direito Penal, assim como que a prisão processual (provisória, preventiva ou em flagrante) está para o Processo Penal.

Sendo assim, a in(justiça) na prisão do seu vizinho e a in(justiça) no caso da CPI da Petrobrás são situações idênticas e afetas somente ao Direito Processual.

É que toda prisão antes do trânsito em julgado é uma prisão cautelar, portanto processual, e que só tem cabimento nas situações do art. 312 e 313 do Código de Processo Civil. Concordo com você, entretanto, que prisão no caso do seu vizinho é injusta, quiçá ilegal, em decorrência de abusos dentro do Processo Penal, não do Direito Penal.

Não há nesse caso incidência do Princípio da “Ultima Ratio”, mas sim ilegalidade na prisão, passível de Habeas Corpus, seja por caber liberdade provisória, com ou sem fiança, seja por caber uma cautelar diversa da prisão (art. 319, CPP), ou pela não observância dos arts. 312 e 313 do Código de Processo Penal, ou ainda pelo excesso de prisão processual (30 dias).

Espero ter ajudado.

 

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