Sendo bem breve:
O relatório é apenas um aspecto formal da sentença, sem conteúdo decisório e sem influência no provimento jurisdicional final. É apenas o que o próprio nome já diz, um relato dos fatos relevantes que aconteceram no processo.
A fundamentação é composta do obiter dictum e da ratio decidendi. O dictum são apenas argumentos de reforço, que corroboram a verdadeira razão de decidir (ratio decidendi) do provimento judicial, que é a verificação dos aspectos jurídicos do caso em decisão. Entretanto, a fundamentação e seus elementos não transitam em julgado.
Conforme o artigo 469 do Código de Processo Civil, não fazem coisa julgada os motivos nem a verdade dos fatos (fundamentação).
Assim sendo, somente o dispotivo faz coisa julgada.
Vou exemplificar: A, dirigindo imprudentemente na contramão, colide com o veículo de B. Ao julgar, o juiz diz algo como: "nos dias de hoje, a falta de atenção ao trânsito é algo que afeta todos nós, causando prejuízo a pessoas inocentes (obiter dictum). Não atentando para isso, o sujeito A dirigiu com imprudência, elemento que caracteriza a culpa e a responsabilidade civil de reparar o dano, além de ter agido em flagrante violação das normas de trânsito (ratio decidendi). Assim sendo, CONDENO (dispositivo) o sujeio A ao pagamento de indenização.
Se a parte desejar que alguma questão prejudicial, que também não faz coisa julgada, transite em julgado, deverá manejar ação declaratória indidental. Mas aí já é outra história.
Foi beem raso mas espero que tenha ajudado rsrs
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