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Institucional
Atos Processuais
Atos processuais são os atos do processo, que têm por efeito a constituição, conservação, desenvolvimento, modificação ou cessação da relação processual. Diferenciam-se dos demais atos jurídicos pelo fato de pertencerem ao processo e produzirem efeito jurídico direto e imediato sobre a relação processual, seja na sua constituição, desenvolvimento ou extinção (Humberto Theodoro Junior. Curso de Direito Processual Civil. 41ª edição. Vol. I. p. 199). Os atos processuais são espécies de atos jurídicos.
Atos das Partes
Parte, em sentido processual, é aquela que ingressa com a ação postulando a tutela jurisdiconal (autor/parte ativa) e aquela contra quem se ingressa com a ação (réu/parte passiva). Os demais participantes da relação processual (juiz) ou do processo (advogado, MP, auxiliares da justiça etc) não são partes.
Os atos das partes estão descritos nos arts. 158 a 161 do CPC (petição inicial, contestação, conciliação, provas produzidas, documentos juntados, demais petições).
§ 1o Depois de conferir a cópia, o escrivão ou chefe da secretaria irá formando autos suplementares, dos quais constará a reprodução de todos os atos e termos do processo original.
§ 2o Os autos suplementares só sairão de cartório para conclusão ao juiz, na falta dos autos originais.
Esses atos podem classificar-se em: a) atos postulatórios; b) atos instrutórios; c) atos dispositivos; e d) atos reais ou materiais.
Atos do Juiz
Segundo a classificação empregada pelo legislador brasileiro (art.162 CPC), os atos do juiz consistem em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
Sentença é o ato jurisdicional por excelência e consiste no provimento que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 do CPC.
Conforme art. 267, extingue-se o processo, sem resolução de mérito: quando o juiz indeferir a petição inicial; quando ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; quando, por não promover os atos e diligências que Ihe competir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; quando o juiz acolher a alegação de perempção, litispendência ou de coisa julgada; quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes e o interesse processual; pela convenção de arbitragem; quando o autor desistir da ação; quando a ação for considerada intransmissível por disposição legal; quando ocorrer confusão entre autor e réu; nos demais casos prescritos no CPC.
Conforme art. 269, haverá resolução de mérito: quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor; quando o réu reconhecer a procedência do pedido; quando as partes transigirem; quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.
Nas hipóteses previstas no art. 267 do CPC a sentença julga a causa sem resolver o mérito. Nas hipóteses do art. 269 a sentença julga a causa com resolução do mérito. Somente neste caso forma-se a coisa julgada material: não pode ser proposta a mesma ação novamente.
São requisitos essenciais da sentença (CPC, art. 458): a) o relatório, que conterá os nomes das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; b) os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; c) o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões deduzidas pelas partes.
Decisões interlocutórias são atos por meio dos quais o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente (CPC, art. 162, § 3º), isto é, uma questão que surge durante o trâmite do processo e não dá um fim a ele. Exemplo: concessão de liminar em mandado de segurança, deferimento de provas, com análise de preliminares. Tais decisões têm conteúdo decisório, e há recurso contra elas, por meio de Agravo, que pode ser retido (em regra) ou de Instrumento. Este é interposto perante o Tribunal Regional Federal (no caso da Justiça Federal) ou perante o Tribunal de Justiça (se for a Justiça Estadual), desde que se trata de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida.
Despachos (de mero expediente): são todos os demais atos que o juiz pratica no processo, de ofício ou a requerimento da parte, sem conteúdo decisório, em relação ao qual a lei não estabeleceu outra forma (CPC, art. 162, § 3º), ou seja, não é sentença ou decisão interlocutória. Por exemplo: quando o juiz determina a citação do réu para apresentar contestação. São, em regra, irrecorríveis, isto é, não há possibilidade de recurso contra eles.
Além dos atos decisórios, que constituem o núcleo da atividade jurisdicional, pratica o juiz, no curso do processo, ainda, atos de documentação, quando, por exemplo, rubrica as folhas dos autos, assina termos e atos processuais; e atos reais, também chamados atos materiais, tais como a inspeção de lugares, coisas ou pessoas; o ato de presidir a uma audiência, ouvir testemunhas, etc.
Atos dos Auxiliares de Justiça
São aqueles atos realizados pelo escrivão ou por serventuários da justiça e destinados à documentação do processo. São realizados pelo Cartório (Justiça Estadual) ou Secretaria (esta, na Justiça Federal): mandados (citação, intimação, prisão, alvarás, carta precatória, carta de ordem, carta rogatória, carta de arrematação etc.).
Termos processuais: são aqueles atos realizados pelo escrivão ou por serventuários da justiça e destinados à documentação do processo: termo de autuação, de juntada, de remessa, de apensamento, de desentranhamento, de vista, de conclusão, de recebimento, de compromisso (fiel depositário, curador); de audiência (se documenta o ocorrido na audiência), de interrogatório (interrogatório do réu).
Os arts. 166 a 171 do CPC dispõem sobre tais tipos de atos:
Parágrafo único. Às partes, aos advogados, aos órgãos do Ministério Público, aos peritos e às testemunhas é facultado rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervieram.
Parágrafo único. É vedado usar abreviaturas
Ato processual é todo aquele praticado pelos sujeitos do processo (partes e juiz) visando a criação, modificação ou extinção da relação jurídica processual. Os atos de criação são aqueles ligados à instauração da relação jurídica processual (petição inicial, citação e contestação), enquanto os atos de modificação movimentam o procedimento
para o ato de extinção (sentença).
resumindo: são dois ATOS DE CRIAÇÃO e ATOS DE MODIFICAÇÃO.
ATOS DE CRIAÇÃO: dão inicio, em geral, a um processo ou relação juridica.
ATOS DE MODIFICAÇÃO: põe fim ao processo, em geral, através da sentença.
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Direito Processual Civil IV
•FAFICH
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