A maioridade penal aos 18 anos é ou não cláusula pétrea? Estou fazenda esta pergunta, pois há juristas e integrantes do STF que afirmam que não e outros afirmam que sim. Em Concurso, qual a doutrina que devo seguir?
O discurso político de "redução da maioridade penal" ou da "emancipação criminal" não me convence, e, ainda que considerado Constitucional (a redução não é Constitucional), não resolveria o problema.
É de se notar que partir da premissa de punição de jovens infratores deve considerar o resultado final dessa funição: atualmente funciona? Todos sabemos que não.
A prisão não funciona, prova disso é que o Brasil tem uma das maiores populações carcerarias do mundo (cerca de 800.000 presos) e o problema só cresce. Sem dúvidas o problema da Segurança Pública, antes de tudo é um problema social. E a educação, como anda? Por essas razões é que o discurso posto e reforçado por polícitos sobre a redução ou emancipação não tem razão prática. É, na verdade, uma válvula de escape, pois, afinal, o problema atual da Segurança Pública é por conta da ausência de punição dos menores. Por outro lado o discurso em torno da Educação é sempre o mesmo: Quantidade (não qualidade).
Afinal, por qual motivo os governantes desejariam uma população instruída? Na minha opnião diminuir a maioridade penal ou a emancipação criminal não resolve, somente serve de argumento de campanha política, sem falar-se na sua inconstitucionalidade.
Deve seguir a corrente preponderante, qual seja, é cláusula pétrea sim, por força do artigo 228 da CF, que prevê que só será imputável o maior de 18 anos, sendo um direito fundamental do cidadão, ou seja, cláusula pétrea, pois nenhuma lei ou PEC pode reduzir ou extirpar direito fundamental adquirido.
Trata-se sim de uma cláusula pétrea, a medida que estabelece um direito fundamental do adolescente conforme o artigo 228 da Constituição Federal vigente. Assim, lembrando que os direitos fundamentais não são apenas aqueles trazidos pelo artigo 5º da CF/88, estando, pois, espalhados por todo o texto constitucional. Destarte, como é sabido, o artigo 60 da CF, em seu § 4º, inciso IV que não será objeto de deliberação proposta de emenda constitucional tendente a abolir direitos e garantias fundamentais. Consequentemente, a maioridade penal não pode ser reduzida devido ao que fora estabelicido pelo Poder Constituinte Originário. A existência de tais cláusulas pétreas é o que faz Alexandre de Moraes afirmarque a a CF/88 é super rígida, não podendo ser restringida ou abolidas tais cláusulas pétreas. Assim, apenas sob à égide de um novo Poder Constituinte e consequentemente uma nova Constituição, é que se poderia questionar a redução da maioridade penal, observando contudo, o que o STF chama de Princípio da Vedação ao Retrocesso.
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