Buscar

1. Que tipo de enfoque foi utilizado para promover a fusão das duas empresas: mecanicista ou orgânico?

CASAMENTO DE GIGANTES

 

PALAVRA-CHAVE:

Processo Decisório

             No dia 7 de maio de 1998, foi anunciado que as diretorias da Daimler Benz e da Chrysler haviam aprovado a fusão entre as duas empresas, criando uma gigantesca corporação. A notícia provocou surpresa.

            Cinco meses antes, os presidentes das duas empresas encontraram-se para discutir confidencialmente a possibilidade de um futuro comum. Os dois líderes se convenceram de que eram parceiros potenciais, com muitas possibilidades de complementaridade e sinergia. Nenhuma informação foi divulgada que permitisse antecipar a fusão.

Logo depois do anúncio, o verdadeiro trabalho começou. Executivos das duas empresas começaram a se encontrar para criar a nova organização. Ao mesmo tempo, um grande programa foi posto em prática para comunicar a filosofia e as metas da fusão ao público, aos acionistas e aos empregados. Em apenas 10 meses, a fusão legal foi efetivada. Em 17 de novembro de 1998, as ações da DaimIerChrysler começaram a ser negociadas nas bolsas mundiais. Esse também foi o "Dia Um" do processo de integração pós-fusão (PMI - Post-Merger Integration). Uma linha de aviação CDaimIerChrysler Aviation) foi especialmente estabelecida, para fazer quatro vôos semanais de ida e volta, de um Airbus A320, com capacidade para 56 passageiros, entre Detroit e Stuttgart.

A companhia que nasceu declara que é a primeira do ramo que tem uma estrutura verdadeiramente global. Seu objetivo explícito é tornar-se a mais importante companhia do ramo automotivo, de transportes e serviços do mundo. Seus acionistas são investidores de todo o mundo, sendo o capital, em sua maioria, alemão. Seu idioma oficial é o inglês. É administrada pela dupla de presidentes das duas empresas originais. A diretoria Çmanagement board) tem um total de 17 integrantes, incluindo os dois presidentes e os diretores das áreas funcionais e operacionais. O comitê de supervisão (supervisor/ board), de acordo com a legislação alemã, consiste de 10 representantes dos acionistas e 10 representantes dos funcionários, com poderes para designar os membros da diretoria e aprovar as principais decisões.

Para transformar duas empresas em uma única organização, formaram-se diversos times de integração (criação de produtos, compras, planejamento da produção, recursos humanos e outros). Ao longo de um ano, as estruturas de vendas e marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento, suprimentos e outras funções foram unificadas, mas as marcas individuais e as identidades empresariais foram preservadas (Mercedes, Chrysler, Dodge, Jeep etc.):

Uma das principais preocupações do processo de integração foi a busca do entendimento entre culturas. Para todos os níveis hierárquicos, foram organizados programas de intercâmbio, com visitas curtas, projetos conjuntos e permanências de longo prazo no exterior. Quando uma pessoa vai ficar algum tempo fora, ela e seus familiares são preparados em seminários interculturais. Os cursos de alemão e inglês são muito estimulados.

Stefan Buchner, 39 anos, é o diretor de compras da DaimIer-Benz na Alemanha. Louise Linder, 49, é a diretora de compras da Chrysler nos Estados Unidos. Desde que o trabalho de integração começou, os dois e suas equipes, de 140 pessoas no total, têm se encontrado com freqüência. São gerentes como eles que têm a responsabilidade de fazer a integração funcionar. Linder e sua equipe elogiam a habilidade dos alemães com a língua inglesa, e procuram facilitar a comunicação, evitando a gíria. Há peculiaridades que não incomodam e apenas são observadas pelos americanos, como o hábito dos alemães de comer hambúrguer com faca e garfo.

Os alemães, por sua vez, têm procurado usar roupas casuais no escritório e, ao mesmo tempo, atentar para questões de fundo cultural. Os americanos não apertam as mãos com muita frequência e são muito reservados no contato com as mulheres.

A fusão evidenciou que, além dos hábitos, há diferenças culturais no estilo de tomar decisões. Os americanos gostam do estilo rápido, baseado na experimentação tentativa e erro. Os alemães gostam de planejar e implementar com cuidado. Os alemães pensam que os americanos são caóticos; os americanos acham os alemães militaristas teimosos. Para facilitar a interação, os americanos têm procurado fazer planos mais específicos. Os alemães têm se esforçado para experimentar decidir com mais rapidez. Os dois lados têm procurado incorporar os hábitos da empresa irmã. Quando as ações da DaimIerChrysler começaram a ser negociadas nas bolsas, trabalhadores alemães celebraram com uma festa ao estilo americano, com uma banda de música country.

Ao contrário do que ocorre com as fusões de bancos e empresas de energia, a criação da DaimIerChrysler não teve como objetivo a diminuição do número de funcionários. A fusão tem como alicerces o tamanho e a complementaridade geográfica e de produtos, e não o enxugamento de pessoal. A empresa chegou ao final de 1998 com 441.500 empregados no total, fazendo planos para contratar mais alguns milhares nos anos seguintes e oferecer perspectivas de carreiras mais atraentes para todos.

O primeiro ano foi excepcional para a nova empresa. Os indicadores de desempenho empresarial (vendas e lucratividade) de todas as unidades mostravam resultado positivo, acima do esperado. No início de 1999, o chairman Juergen Schrempp, ao apresentar os resultados, declarou: "realizamos muitas metas e superamos dificuldades que fizeram outras fusões fracassar. Podemos, com justiça, dizer que as pessoas da DaimIerChrysler transformaram o potencial em resultado. Somos uma companhia".

1. Que tipo de enfoque foi utilizado para promover a fusão das duas empresas:

mecanicista ou orgânico?

2. Use os conceitos de Mintzberg Handy e Morgan para classificar a empresa que nasceu da fusão. Justifique suas explicações.

3. Que conceitos de aprendizagem organizacional podem ser usados para ajudar a entender este caso?

4. Como se explica o desempenho tão bom da empresa que nasceu da fusão, usando os conceitos apresentados neste capítulo?

💡 1 Resposta

User badge image

Thaty Oliveira

Pode-se concluir, portanto, que não há um modelo ideal de gestão. A situação (ambiente da organização, tecnologia, etc.) em que a organização se encontra é o que leva os administradores a escolher qual o melhor modelo a ser escolhido para enfrentá-la.

1BURNS & STALKER, 1961 apud MAXIMIANO, 2000.

0
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis


✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta.

User badge image

Outros materiais