Seria correto dizer que na culpa consciente o individuo crê, de forma aceitável à análise da probabilidade de danos da conduta, que nada ocorrerá a partir de seu comportamento?
Tanto no dolo eventual quanto na culpa consciente há a previsibilidade objetiva e subjetiva da ocorrência de um evento danoso.
Percebe-se que além da previsibilidade objetiva, outra semelhança ocorre em relação à ausência inicial de vontade de atingir determinado fim (lesivo).
Isso porque, tanto no primeiro quanto no segundo, o agente não quer, de início, o resultado contrário à norma.
Todavia, na culpa consciente, embora o resultado seja objetivamente previsto, o agente acredita que o resultado não ocorrerá.
O que não acontece no dolo eventual, visto que, neste, o agente prevê o resultado, mas prossegue com sua conduta atuando com indiferença, pouco se importando que o efeito nocivo venha a ocorrer.
A diferença reside apenas no âmbito subjetivo, ou seja, no intelecto do agente no momento em que o resultado lesivo é representado.
Desta forma, se age com indiferença, ao bem jurídico tutelado pela norma penal, atuando sem se importar com o resultado, terá atuado com dolo eventual.
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