O Neoconstitucionalismo consiste em um estilo mais aberto de raciocinar o direito, uma retórica e argumentação mais abrangente, a ponderação sobre a razão, os princípios se sobrepõe as regras, a Constituição como centro do ordenamento jurídico, a reaproximação entre o direito e a moral e como reflexo direto o judiciário concentrando um papel mais expressivo na sociedade, havendo o fenômeno chamado de constitucionalização das decisões.
Segundo Daniel Sarmento, “a percepção de que as maiorias políticas podem perpetrar ou acumpliciar-se com a barbárie, como ocorrera no nazismo alemão, levou as novas constituições a criarem ou fortalecerem a jurisdição constitucional, instituindo mecanismos potentes de proteção dos direitos fundamentais mesmo em face do legislador. Sob esta perspectiva, a concepção de Constituição na Europa aproximou-se daquela existente nos Estados Unidos, onde, desde os primórdios do constitucionalismo, entende-se que a Constituição é autêntica norma jurídica, que limita o exercício do Poder Legislativo e pode justificar a invalidação de leis. Só que com uma diferença importante: enquanto a Constituição norte-americana é sintética e se limita a definir os traços básicos de organização do Estado e a prever alguns poucos direitos individuais, as cartas europeias foram, em geral, muito além disso.”
O Neoconstitucionalismo tem como marco histórico o pós-guerra, e traz traços filosóficos do Pós-Positivismo. No Neoconstitucionalismo houve a adoção de uma nova hermeneutica constitucional, na qual a Constituição é vista como dotada de força normativa, houve ampliação da jurisdição constitucional, e dos direitos fundamentais.
A força normativa da Constituição se refere à efetividade plena das normas contidas na Carta Magna de um Estado. Tal princípio fora desenvolvido por Konrad Hesse, que afirmava que toda norma Constitucional deve ser revestida de um mínimo de eficácia, sob pena de figurar “letra morta em papel”. Hesse afirmava que a Constituição não configura apenas o “ser”, mas um dever ser, ou seja, a Constituição deve incorporar em seu bojo a realidade jurídica do Estado, permanecendo conexa com a realidade social.
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