A legítima defesa, em Roma, era guiada pelo princípio "vim vi repellere licet", que significa "é permitido repelir a força pela força".
Segundo Guerrero, "no Direito Romano, para que a defesa fosse legítima, não bastava o caráter injusto da agressão: exigia-se que essa ainda não houvesse cessado, pois se o ataque desaparecesse, o direito de defesa deixaria de existir dando lugar ao excesso, porque neste caso, se estaria diante de uma vingança."
Segundo Roberto Ribeiro, "em Roma, a legitima defesa se equivalia a uma substituição penal, uma repressão extraordinária que visava compreender os atos ocorridos após injurias, agressões físicas e lesões a honra e ao patrimônio."
Ademais, no Direito Romano, em decorrência do pater familias, qualquer ataque à família e as propriedades do "chefe de família" seria apto a ensejar atos de legítima defesa.
No artigo 25 do Código Penal pátrio temos o conceito atual de legítima defesa:
"Art. 25. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem."
O conceito atual abrange a iminência, o que não era visto com clareza no instituto romano. Para o Direito brasileiro atual, não é necessário à vítima aguardar o primeiro ataque do agressor para iniciar a sua defesa. Se o ataque do agressor é inequívoco e inexorável, a vítima já pode se defender.
Impõe também que o repelimento seja realizado de maneira moderada. O ato de defesa deve ser proporcional à gravidade da ameaça ou agressão. A avaliação da gravidade é subjetiva e deverá ser analisada caso a caso. Lembremos que o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo.
O Direito romano não deixava claro se era possível a legitima defesa caso a agressão fosse ao direito de outrem, a não ser quando a agressão fosse a sua família ou suas propriedades. O Direito brasileiros permite essa modalidade.
Conclui-se que, embora o embrião da legítima defesa moderna seja o Direito Romano, algumas alterações e aperfeiçoamentos foram feitos para que chegassemos no conceito atual.
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Introdução ao Direito I
•UNIBRA
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