O sistema complemento é constituído por uma família de mais de 20 glicoproteínas plasmáticas, sintetizadas principalmente no fígado, mas também por macrófagos e fibroblastos e têm função de ativar a inflamação, formar opsoninas e lisar a célula alvo.A maioria das proteínas se encontra na circulação na forma inativa e requerem clivagem proteolítica para ativação. Estas proteínas têm uma ativação sequencial e em cascata uma vez que cada molécula de um componente ativado age em várias moléculas do componente seguinte. Ao longo do processo, ocorre a produção de diversos mediadores que alteram a permeabilidade vascular e contribuem para o desenvolvimento da resposta inflamatória. Finalmente, ocorre formação do complexo de ataque à membrana (MAC), que promove a lise osmótica da célula-alvo, favorecendo a eliminação do agente infeccioso.
A via clássica é ativada principalmente por complexos antígeno-anticorpo e imunoglobulinas agregadas, como IgG, IgM e IgA em recém nascidos.
A via alternativa é iniciada pelo LPS (lipopolissacarídeos), alguns polissacarídeos, veneno de cobra, alguns fatores séricos (em caso de doenças auto-imunes). É uma via de ativação independente de anticorpo/não-imune pertence à imunidade natural. Ocorre a hidrólise espontânea de C3.
Obs.: os fragmentos que não fixam aos anteriores ficam na forma livre no soro ou sítio inflamatório, alguns são inativados e outros têm algumas funções biológicas importantes.
Então vamos lembrar como funciona o mecânismo imunológico das vias do complemento, primeiro temos a via clássica, nessa via a montagem e a organização das convertases são habitualmente iniciadas por anticorpos da classe IgG ou IgM formando complexos com o antígeno.
Os ativadores são reconhecidos por C1q, uma das três proteínas do complexo C1. Esta ligação ativa C1r que ativa a pró-enzima C1s. Então, C1s ativado cliva C4, resultando na fixação covalente do seu principal fragmento, C4b, à superfície do ativador. O componente C2 liga-se a C4b e é clivado por C1 em dois fragmentos (este processo necessita da intervenção de Ca2+ o Mg2+), dos quais C2a permanece ligado a C4b, completando a montagem do complexo C4b2a, que é a C3 convertase da via clássica. Esta cliva C3 resultando na ligação de C3b à superfície do ativador e na ligação posterior de C3b à subunidade C4b2a, formando a C4b2a3b que é C5 convertase da via clássica..P
Bem como temos a via Alternativa, esta via foi denominada alterna por razões históricas, por ter sido descoberta após a via clássica.
A ativação desta via inicia-se a partir da hidrólise espontânea tiol-éster localizada na cadeia alfa do componente C3, gerando o C3(H20).Esta molécula exibe sítios reativos que permite a ligação de uma proteína plasmática, fator B (fB), formando o complexo C3(H2O)B. O fB então é clivado por uma enzima denominada fator D (fD). Esta clivagem origina 2 fragmentos Ba e Bb. O fragmento Bb fica ligado a C3(H2O), gerando o C3(H2O)Bb, que na presença de íons Mg++, tem atividade serino-protease, clivando o C3 em C3a e C3b. Assim como o C3(H2O), C3b também apresenta sítio de ligação com o fB.
Fonte:http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/lukpVjQaADq5d2w_2013-6-21-12-26-5.pdf
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