Empresa de 3º setor entra em falencia ?

Logo após um trabalho sobre Organização social, verifiquei o seguinte..

Empresas Publicas 3º setor, não obtem fins lucrativos, uma vez que estas são mantidas por órgãos beneficiários..

Ainda que, tais não podem entrar em processo de falência, não é assegurado pela lei de falências , pois lá Assegura às empresas que visam obter FINS LUCRATIVOS.

fim...

O art. 1º da Lei 11.101/05 (Lei de Recuperação Judicial e Falência) indica que essa legislação se aplica somente ao empresário e a sociedade empresária.

 Art. 1^o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

Ocorre que as pessoas jurídicas que compõem o terceiro setor não são sociedades empresárias.

O Professor André  Santa Cruz, ao tratar das sociedades empresárias, assim ensina:

“Do conceito de empresário estabelecido no art. 966 do Código Civil (“considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”), podemos extrair as seguintes expressões, que nos indicam os principais elementos indispensáveis à sua caracterização: a) profissionalmente; b) atividade econômica; c) organizada; d) produção ou circulação de bens ou de serviços.

Ao destacarmos a expressão atividade econômica, por sua vez, queremos enfatizar que empresa é uma atividade exercida com intuito lucrativo. Afinal, conforme veremos, é característica intrínseca das relações empresariais a onerosidade. Mas não é só à ideia de lucro que a expressão atividade econômica remete. Ela indica também que o empresário, sobretudo em função do intuito lucrativo de sua atividade, é aquele que assume os riscos técnicos e econômicos dela.” (Direito Empresarial Esquematizado. 6ª ed. e-book. pg. 80)

As pessoas jurídicas que integram o terceiro setor (OSs, OSCIPs, OSCs, etc) não possuem esse intuito lucrativo. Portanto, não são sociedades empresárias, de modo que não estão sujeitas ao regime de recuperação judicial e falência previsto na Lei 11.101/05. Rafael Carvalho Rezende Oliveira  destaca que, “”em caso de sua extinção, os bens deverão ser transferidos ao patrimônio de outra entidade similar ou ao patrimônio do Estado (ex: art. 2º, I, i, da Lei 9637/1998; art. 4º, IV, da Lei 9790/1999; art. 33, III, da Lei 13019/2014)” (Organização Administrativa. 4ª ed. pg. 406)