Coisas pequenas podem gerar grandes consequências. Para ser mais preciso, existe um princípio que diz que 20% das causas acarretam 80% dos problemas. Essa regra é conhecida como o princípio de Pareto.
No post de hoje, vamos ver passo a passo, o que é o princípio de Pareto, como ele pode ser aplicado em uma empresa e como criar um gráfico de Pareto usando o Microsoft Excel.
O princípio de Pareto, também conhecido como o princípio 80/20, foi criado em 1897 por Vilfredo Pareto. Ele concluiu que 80% da riqueza mundial se concentrava em 20% da população. Mais tarde, foi observado que essa relação de concentração acontece em diversos outros ramos da ciência, como em concentrações demográficas, em diversos setores de empresas.
O principio que afirma que 4/5 (80%) dos problemas são provenientes de 1/5 (20%) das causas foi introduzido nas ciências organizacionais em 1941 por Joseph M. Juran.
Juran propôs que, em uma organização, 80% dos problemas podem estar ligados a apenas 20% das causadoras desses problemas. Isso quer dizer que, focando esses 1/5 das causas potenciais, 80% de todos os nossos problemas tenderiam a ser resolvidos.
É natural que essa relação não seja perfeitamente exata, mas nos dá a ideia de concentração e permite priorizar soluções para grandes problemas atacando um menor percentual das causas. Por meio do diagrama que será apresentado ao final, podemos organizar os problemas por ordem de frequência com que eles acontecem. Depois, basta focar nos primeiros 20%.
Por exemplo: 80% do faturamento de uma empresa vem de 20% dos seus clientes ou 80% do seu faturamento é proveniente de 20% do seu mix de produtos.
Conseguir avaliar dentro do seu negócio quais os 20% de esforço que representarão 80% de melhoria, pode trazer muitos benefícios para retenção de clientes, aumento de vendas e, principalmente, aumento de lucratividade.
Para isso, existem alguns passos a serem seguidos:
É fundamental que, antes de fazer a aplicação da regra de Pareto, você tenha um objetivo dentro da empresa. Esse objetivo pode ser o aumento da taxa de retorno dos clientes, a redução de estoques, a redução nas devoluções de produtos, a venda exclusiva dos produtos mais rentáveis, dentre outros.
Para que isso fique claro, é preciso ter um bom conhecimento sobre o negócio e sobre os seus processos. Somente dessa forma, será possível descobrir oportunidades nas quais a aplicação desse princípio pode ser vantajosa.
O que será avaliado não pode ser escolhido de qualquer maneira, pois pode produzir um esforço desnecessário e uma enorme perda de tempo.
Para dar início à aplicação desse princípio, é necessário fazer um levantamento dos dados a respeito do que vai ser estudado. Se formos fazer uma análise sobre as vendas, deve ser feito um estudo sobre as vendas realizadas em um determinado período de tempo. Recomenda-se que esse prazo não seja muito curto para não reduzir a possibilidade de dados distorcidos.
O levantamento das informações referentes ao número dos produtos mais vendidos em comparação com o total de vendas pode ser feito por meio de uma plailha no Microsoft Excel. Mas não se preocupe! Vamos explicar como fazer isso mais para frente.
Se formos falar sobre problemas ocorridos, o princípio é o mesmo: devem ser coletadas as informações ao longo do tempo para que se tenha uma análise quantitativa delas.
Separar os produtos — ou problemas, se for o caso — por categoria pode te ajudar a ter uma análise mais profunda, na qual você pode descobrir que 20% de um segmento de produtos representa 80% das suas vendas.
O mesmo pode acontecer com reclamações: 20% de uma determinada categoria de reclamações corresponde a 80% do total.
Tendo em mãos os produtos mais comercializados — ou as reclamações mais frequentes —, você consegue observar qual é a frequência com que cada um dos episódios ocorre e, a partir disso, medir qual é o impacto que cada um representa no seu negócio.
Suas vendas podem ser baseadas na margem e nas reclamações ou podem ser na perda de vendas ou na redução da taxa de retorno dos clientes.
Tendo essas informações, você consegue descobrir qual é o tipo de público que compra seus principais produtos ou aqueles que reclamam mais. Dessa forma, descobrindo o público que corresponde a 80% das suas vendas ou das suas reclamações, você consegue desenvolver ações segmentadas e mais efetivas para melhorar os resultados da empresa.
Para seguir este passo a passo, você precisa ter registrado as ocorrências da sua empresa e identificado as suas causas, seja de forma braçal no Excel ou em uma ferramenta específica como o TeamTOOLS.
Para desenvolver um gráfico de Pareto, você pode utilizar o Microsoft Excel. Você, também, pode baixar a planilha pronta no blog Total Qualidade, clicando aqui.
1º Passo
Liste no Excel todas as causas dos problemas e a quantidade de ocorrências relacionadas a elas. Em nosso exemplo, listamos reclamações de clientes.
2º Passo
Coloque as ocorrências de forma decrescente e calcule as porcentagens de cada uma e a porcentagem acumulada.
3º Passo
Crie um gráfico de barras e de linhas, em que as barras serão as porcentagens de cada motivo e as linhas serão o acumulado das ocorrências, como na imagem.
Seu diagrama de Pareto ou gráfico de Pareto no Excel está pronto! Observe que, uma vez resolvidas as duas primeiras causas, você estaria solucionando mais de 80% das reclamações.
Para controlar as ocorrências, recomendamos o TeamTOOLS, software para gestão de não conformidades que oferece condições para que você trate as reais com ações corretivas e as potenciais com ações preventivas.
À medida em que a empresa vai tratando suas não conformidades com ações corretivas e eficazes, as ocorrências reais tendem a reduzir. No TeamTOOLS, você pode incluir o diagrama de Pareto junto à análise de causa das não conformidades para priorizar e acompanhar o plano de ação e o desempenho das ações implementadas por meio de indicadores representados por gráficos.
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