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Quais os impactos da Incidência de tributos na cadeia e seus efeitos nas operações logísticas?

Assunto a ser abordado em um seminário de curso superior em logística. Se puder fornecer referências e fontes de pesquisas, artigos. Agradeço

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RD Resoluções

Na área da logística o planejamento tributário assume um papel de imensa importância, uma vez que há fatores que se não forem analisados culminarão num gasto mais elevado para a empresa no que tange ao pagamento de tributos. Os fatores que precisamos analisar, por exemplo, são: a modalidade logística a ser aplicada, o melhor trajeto, o local de armazenamento, o fluxo de informações e toda a operacionalização.

Esse tipo de planejamento na área logística comporta não só as empresas que prestam esse serviço por excelência, como as empresas ou organizações que agregam esse setor de forma interna sem a contratação de terceiros para prestar esse serviço.

Afirma Sakai (2005) que o aumento da produtividade obrigou diversos países reduzirem seus custos logísticos e muitas empresas tiveram que ampliar sua infraestrutura e investir em recursos tecnológicos, capacitação de empregados, dentre outras medidas.

Entretanto, se analisarmos o impacto tributário nessas operações logísticas, é possível notar que muitas organizações não deram a importância que deveriam para esse tipo de planejamento.

No Brasil, segundo Andrade e Yoshizaki (2015) a diferença nas alíquotas interestaduais, por exemplo, tem contribuído para a simples transição de produtos e mercadorias com a finalidade de obter benefícios fiscais.

É imprescindível ressaltar que uma das maiores preocupações nesse tipo de planejamento infere-se ao ICMS-Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços.

Tanto é verdade que Yoshizaki (2008) realizou um estudo e encontrou que o acréscimo no custo logístico total poderia variar entre 3,5% e 11,6% devido à diferença das alíquotas estatais relativas ao ICMS.

Essas diferenças nas alíquotas agravam segundo Andrade e Yoshizaki (2015) a questão do “turismo fiscal”, é o caso do depósito de produtos em outro Estado, como, por exemplo, o de Minas Gerais em que a alíquota em relação ao Estado de São Paulo é menor, tal medida, acaba incentivando vendas para Estados vizinhos e não para o próprio Estado que o centro de distribuição se localiza.

Na prática é preciso verificar se esse “turismo” compensa, tendo em vista a outros gastos que essa medida pode agregar, por isso, deve ser considerado um custo total que abarque todos os custos logísticos quanto essas diferenças do ICMS.

Nessa esteira de raciocínio, é possível verificar se a variante logística empregada, ou até mesmo o sistema logístico adotado na gestão pode contribuir para o aumento no pagamento de tributos ou na ocorrência de fato gerador e a partir de um planejamento tributário, é possível fazer adequações e até substituições de formas de gestão ineficazes, agregando diminuição de custos totais e despesas futuras, montante esse que pode ser redirecionado para outros setores da empresa.

É importante frisar que há diversos fatores quanto às formas de contratação de prestadores de serviços logísticos, muitos desses devem ter como base os aspectos ficais e tributários, na medida em que, para realizar as operações logísticas, como o transporte, a armazenagem ou distribuição, por exemplo, é mister que seja realizado uma análise do fluxo fiscal e da carga tributária a ser aplicada em todo o processo, caso contrário poderá a empresa despender mais que o necessário.

Vale ressaltar que, uma das atividades muito utilizadas na área da logística é segundo Chopra (2003) e Christopher (1992) a armazenagem e distribuição de mercadorias. A utilização do Armazém Geral muitas vezes é a opção escolhida por empresas que terceirizam toda a atividade de armazenagem e distribuição, empresas que necessitam de espaços físicos, dentre outras.

Como meio de reduzir o pagamento de tributos como o ICMS, relatam os autores Silva (2007) bem como Andrade e Yoshizaki (2015) que diversas empresas, acabam mantendo filial do cliente em conjunto do depósito do operador logístico, porém, nem sempre é permitido que se mantenha filiais de variadas empresas no mesmo local de armazenagem, isso ocorre devido a necessidade de separação físicas das mercadorias dessas empresas.

A legislação para esse tipo de operacionalização logística ainda é precária, e muitas vezes o operador logístico para não ser obrigado a sofrer com a separação física dos estoques, acaba tendo que requerer autorização junto ao Estado (quando permitida) de modo a demonstrar que pode solucionar o controle fiscal e de estoque sem problemas em caso de sofrer fiscalização.

Dentre as operações logísticas é importante citarmos as operações in house, realizadas no interior da empresa contratante, cujas atividades comportam desde recebimento, conferência até mesmo abastecimento de linha de produção, utilizada comumente como serviço terceirizado, e nesse caso, o principal ponto fiscal a ser analisado é o ISS-Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza, por isso, na operacionalização da logística esse fato é muito importante, para diminuição de custos.

No que tange à importação, segundo Oliveira (2015) há tributação específica, como é o caso de bens de capital que possui regimes específicos, além dos impostos como IPI, ICMS PIS/COFINS que poderão incidir.

A título de ilustração podemos citar no caso de importação, que a Receita Federal no início desse ano segundo o site Diário de Pernambuco (2015) anunciou a suspensão de Impostos para importação de insumos empregados na industrialização de produtos, e por esse motivo as empresas que integram o regime aduaneiro (Recof) terão um prazo de dois anos para comercializar seus produtos no mercado interno ou externo, um dos motivos para essa medida, é não só a modernização do sistema, como a diminuição do pagamento com impostos de importação de modo a proporcionar maior agilidade ao fluxo logístico e aprimorar a competitividade da indústria.

Na área da logística, muitas vezes, há um descrédito para esse tipo de planejamento, porém, o planejamento tributário visa reduzir tributos que incidem diretamente nas operações logísticas como o ICMS, IPI, PIS e COFINS, considerados como tributos não cumulativos e que às vezes são pagos de modo equivocado e oneram muito a empresa.

Fonte: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-do-planejamento-tributario-na-logistica/90181/. Acesso em 25 de junho de 2018.

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