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Preciso de ajuda para montar uma conceituação cognitiva em terapia cognitivo comportamental, o exercício está abaixo!

Exercício
ESTUDO DE CASO PARA CONCEITUAÇÃO COGNITIVA
C. veio encaminhado pelo psiquiatra com queixas de sentimentos frequentes de tristeza, desesperança, perda
de peso severa, náusea, insônia, despertar matinal precoce, boca seca, agitação, choro frequente, evitação
social, explosão de raiva, perda de apetite, baixa autoestima, culpa, preocupação excessiva. É um investidor

aposentado de 60 anos, tardiamente casado, com dois filhos, um com 10 e outro com 14 anos. Sua família de
origem é nordestina, ele é filho de um pai que já era rico em decorrência de heranças e também do próprio
trabalho e de uma mãe de família rica, os quais tiveram, além dele, mais três irmãs. Seu pai apresentava uma
clara preferência pela irmã mais velha. A sua família era de pessoas poderosas, de usineiros e latifundiários e
de alguns nobres, com expressiva influência sociopolítica. Os negócios da família envolviam, em sua fase
mais destacada durante a geração de seu pai, empresas de açúcar e de álcool, petroquímicas, bancos, indústrias
têxteis, fazendas etc.
Foi o primeiro neto das duas famílias, tendo nascido “como se fosse um menino Jesus”. Era visto, em especial
pela mãe, como um belo menino, inteligente, mas com muita preocupação de que nada de ruim lhe
acontecesse, o que lhe favoreceu que ficasse muito amedrontado de perder aquela posição. O seu desempenho
acadêmico foi marcado por uma ligação forte com os estudos num colégio de destaque do Rio de Janeiro, em
um ambiente em que se prezavam muito as origens sociais de cada aluno. Desenvolveu relações de amizade

com outros colegas que também vieram a se tornar influentes posteriormente. Seus pais cuidaram de introduzi-
lo no mundo social da época.

Desde os 15 anos, ele frequentou psicólogos, sendo-lhe sugerido que seguisse carreiras como a da área
diplomática. Sonhava em ser administrador de empresas, mas esse curso só existia em São Paulo. Isso acabou
levando-o a fazer Engenharia na PUC do Rio de Janeiro, tendo se formado em Engenharia Mecânica com
extensão em Engenharia de Produção no ano de 1964.
No último ano, fez estágio em uma empresa aérea e em uma empresa têxtil pertencentes à família. Seu primeiro
trabalho depois de formado foi o de incentivar grupos nacionais e internacionais, visando ao licenciamento de
empresas no Nordeste. Depois se dedicou a importar malte para uma grande cervejaria brasileira, além de ter
negócios com grandes investidores no mercado de capitais do nosso país. Subsequentemente, dedicou-se à
implantação de projetos de petroquímica e cervejaria naquela região.
Na área afetiva, teve dificuldades de expressar os próprios sentimentos e medo de ser rejeitado pelas outras
pessoas, sobretudo garotas. Mesmo assim, foi se dedicando a isso, com garotas humildes, para que, depois dos
30 anos, viesse a se dedicar mais seriamente às mulheres. Casou-se aos 44 anos com receio de manter uma
casa própria. Vem vivendo com sua esposa e já tem dois filhos.
Sua apresentação durante a entrevista era de uma pessoa bem vestida e limpa. Seu olhar era baixo e ele tendia
a manter a mesma postura no sofá quase o tempo todo. Sua linguagem era correta, precisa e ele pensava
bastante antes de responder e, quando fazia, falava com um tom de voz muito baixo.
Na época das primeiras entrevistas, falava de modo excessivamente lento, interrompendo o discurso
frequentemente durante períodos relativamente longos, o que exigia que o terapeuta repetisse as perguntas que
havia feito algumas vezes como no exemplo seguinte.
Cliente: “eu tenho observado que, pelas minhas tentativas de evoluir nessa sistemática...” (pausa) “eu sempre
esbarro com...” (pausa).
(pausa de cerca de 1 minuto)
Terapeuta: “o quê?”.
Cliente: (pausa)... a mudança dos pensamentos, quer dizer...” (pausa) “eu identifico os pensamentos que estão
me deixando...” (pausa) “meu estado de humor angustiado, depressivo, desesperado, seja o que for... mas...”
(pausa de cerca de 1 minuto)
Terapeuta: “mas...?”
Cliente: (pausa) “... mas eu sinto que, apesar de eu colocar as evidências de que eles não têm pertinência...”
(pausa)... “quer dizer, tenho pensamentos, por exemplo, de que vou falir, que vou tomar uma decisão
totalmente desastrosa...” (pausa) “vai ser uma loucura de prejuízo... vai ser um negócio horroroso” (pausa)...
(pausa de cerca de 1 minuto).

O cerne das suas preocupações era “Nada dá certo comigo”. C. pensava ser um incapaz, um fracassado, sem
valor como pessoa. Para ele, qualquer perda foi uma fonte de tormento, não importando se fosse uma lapiseira
sem valor ou algum prejuízo significativo em suas aplicações financeiras. O principal motivo para essa
avaliação foi o fato dele sentir que não conseguiu alcançar suas grandes aspirações.
Todas as manhãs, ele acordava com sentimentos de desespero, querendo morrer, achando que merecia ser
punido. Sofria assim durante um bom tempo até se levantar e ir tomar um banho (ele descobriu que isso o
fazia sentir melhor). Depois disso, tomava café e, em determinados dias, ia para a sua fisioterapia, da qual
gostava e saía de lá se sentindo um pouco melhor (sofria de tendinite). Ao longo do dia, ele tinha oscilações
do humor e ficava vulnerável a uma queda com qualquer notícia ruim, desde as mais simples. Como investidor
aposentado, preocupava-se obsessivamente com investimentos e buscava orientação com outras pessoas:
peritos em investimentos de bancos com experiência internacional, um assessor pessoal para esse objetivo,
sua esposa, uma de suas irmãs etc.
À noite sentia-se desamparado, pois a esposa dedicava mais atenção ao filho de 14 anos que apresentava
dificuldades escolares. Sentia-se péssimo nesses momentos, ficando atormentado com ideações suicidadas e
autopunitivas. Dormia cedo para tentar acordar melhor no dia seguinte.
Eles moravam com uma de suas irmãs, (supostamente) em decorrência de reformas que estavam sendo feitas
no seu próprio apartamento. Essa irmã era muito rica e os acolheu de bom grado em seu amplo apartamento,
sobretudo por causa dos dois sobrinhos, dos quais era madrinha e lhes queria muito bem.
A relação com sua esposa era satisfatória, porém, tumultuada graças às suas cobranças obsessivas e irrealistas.
Ele mantinha um contato mais superficial com os filhos que eram totalmente absorvidos pela mãe (em parte
para proteger C. de preocupações, em parte para proteger os meninos).
Sua vida social estava restrita a algumas idas ao cinema com a esposa e eventualmente com os filhos.
Raramente encontrava amigos para jantar fora ou fazer alguma outra atividade (às vezes, por insistência da
esposa que não se sentira confortável na presença de outras pessoas).
O lazer era, em grande parte, em função dos filhos, levando-os para jogar boliche ou videogames no shopping
com os amigos deles. Em consequência de seu problema de ruptura dos ligamentos do joelho direito, fazia
pouca atividade física, restringindo-se a eventuais passeios de bicicleta com os filhos e, quatro vezes por
semana, dançar. As aulas de dança, às quais ia sozinho, eram encaradas como obrigações e fonte de frequentes
desgostos, pois ele se julgava falhando nos passos ensinados.
Suas tardes eram voltadas para seus investimentos ou para iniciativas em relação à reforma do apartamento.
As dúvidas que tinha em relação à reforma eram variadas: se eles contratavam ou não um arquiteto para serem
orientados; com que tipo de empresa fariam a reforma da cozinha; com que firma comprariam o piso e os
azulejos para os banheiros; quais seriam as marcas dos boilers, do fogão, da geladeira etc.
Neste exercício, você deve apresentar a conceituação cognitiva do Sr. C. com o diagrama da
conceituação cognitiva:

💡 3 Respostas

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Adeiza Oliveira

No meu perfil de um Estudo Dirigido em TCC, talvez ajude! Boa sorte!!

 

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Edna Medeiros

Não sei fazer,me responda como.
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José Sampaio

Olá, alguém fez estes execícios?
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