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De que maneira fatores físico-químicos influenciam no crescimento e esporulação de fungos?

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Camilla Isabella

ara que os fungos possam colonizar a madeira, é necessário que ela apresente condições favoráveis de umidade, temperatura, aeração, pH e ausência de substâncias tóxicas. Todos estes fatores básicos são indispensáveis, e a ausência de qualquer um destes fatores pode ocasionar o não desenvolvimento de fungos em madeira.

Umidade: Sabe-se que madeira com teor de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras (PSF) não é atacada por fungos. A condição ótima para o ataque ocorre quando umidade está acima desse ponto, ou seja, acima de 30% do peso seco da madeira. Nesta situação de umidade, sabe-se que as paredes celulares atingem o máximo de inchamento, criando aberturas dentro das matrizes poliméricas por onde ocorre a difusão das enzimas (de parede a parede). Além disso, a água serve como solvente, criando condições para que as enzimas sejam transportadas do microorganismo até o substrato e as moléculas resultantes da decomposição do substrato sejam absorvidas pelo microorganismo. Devido à baixa solubilidade do oxigênio em água, umidade acima de 60% também inibe o crescimento dos fungos pela sua ausência. Por essa razão, madeiras que são armazenadas submersas ou mantidas sobre aspersão contínua, têm grande durabilidade.

Temperatura: A temperatura ideal para o crescimento dos fungos está em torno de 25°C, geralmente entre 22°C a 30ºC para a grande maioria das espécies. Porém, existem espécies que possuem adaptações para se desenvolver em temperaturas mais baixas, como 10°C, e outros que suportam temperaturas altas, chegando até a 40°C. A 0°C os fungos não se reproduzem, eles entram no que chamamos de estado latente. E a 60°C, com permanência de 11 horas, ocorre a esterilização total da madeira, isto é, a morte dos fungos, o que constitui uma das vantagens da secagem em estufa.

Aeração: Os fungos são essencialmente aeróbios, isto é, concentrações baixas ou ausência de O2 podem inibir seu ataque à madeira.

pH: Para o desenvolvimento de fungos, o mínimo valor de pH necessário é 2,0 e o máximo, um pouco acima de 7,0. Porém, valores ótimos se encontram entre 4,5 e 5,5, que coincidem com os valores de pH apresentados pela maioria das espécies de madeira.

Ausência de substâncias tóxicas: O fator nutricional é fundamental para o desenvolvimento dos fungos. A madeira pode apresentar substâncias tóxicas aos organismos xilófagos, que podem ser constituídos de extrativos naturais presentes no cerne, produzidas por outros microorganismos ou ainda introduzidas artificialmente pelo homem.

Os fungos e demais organismos xilófagos não sobreviverão na falta de qualquer um dos fatores acima mencionados, sendo estes fatores absolutamente indispensáveis a sua sobrevivência. É fácil de entender que se eliminarmos um deles apenas, evita-se o ataque e, conseqüentemente, a decomposição da madeira. Porém, não é muito prático o controle do oxigênio, da temperatura ou tampouco manter a madeira submersa. Conclui-se que controlar a fonte de alimentação é a ação mais viável na qual está baseada a preservação de madeiras, que nada mais é do que impregná-la com substâncias químicas tóxicas, as quais tornam inviáveis as fontes de abastecimento dos organismos.

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