Hermenêutica é o conjunto de teorias voltadas para a interpretação de algo, não somente um texto escrito, mas de tudo o qual se possa atribuir significado e sentido. Compreende-se, portanto, que hermenêutica é a ciência para a aplicação da interpretação.
No âmbito jurídico, podemos dizer que, por meio da hermenêutica é possível interpretar normas e textos jurídicos, retirando-lhes o sentido objetivamente válido e determinando seus alcances.
Para Carlos Maximiliano, a hermenêutica tem por objeto “o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido e o alcance das expressões do direito.”
“A hermenêutica se aproveita das conclusões da filosofia jurídica, criando novos processos de interpretação e organizando-os de forma sistemática. A interpretação é a aplicação da hermenêutica. A hermenêutica descobre e fixa os princípios que regem a interpretação”.
i. Método Gramatical – consiste na busca do sentido literal ou textual da norma jurídica;
ii. Método Sistemático – consiste na correlação de todos os dispositivos normativos de um texto jurídico. Hodiernamente, para o neoconstitucionalismo, tal técnica denomina-se Filtragem Hermenêutica;
iii. Método Histórico – consiste na busca do passado para compreender o sentido atual da norma. Ou seja, trata-se da identificação de momentos e fatos históricos que interferiram na criação da norma jurídica;
iv. Método Sociológico – tal método se baseia na eficácia social, ou seja, analisa-se a norma de tal modo a não haver uma injustiça social; e
v. Método Teleológico ou Finalista – consiste na busca da finalidade da norma. Assim, supera-se a realidade escrita da norma, embasando-a por princípios.
i. Método Tópico-problemático – criado por Viehweg – pensador alemão da segunda metade do século XX. Tal método inicia-se com a análise do caso concreto para depois buscar a melhor norma jurídica. Método contrário ao positivismo jurídico;
ii. Método Hermenêutico-concretizador – criado por Konrad Hesse – autor da obra "A força Normativa da Constituição". Este método seria conduzido pelo que ele denomina de pré-compreensão – conjunto de valores, visões de mundo, crenças que o intérprete incorpora na sua própria consciência dentro de seu espaço interpretador, mergulhado numa cultura, num conjunto de valores num dado contexto histórico-cultural. Assim, além dos elementos objetivos, devem-se somar elementos subjetivos para a aplicação da norma;
iii. Método Científico-cultural – método criado por Rudolph Smend, busca apaziguar conflitos sociais por meio da conciliação. Assim, o interprete deve-se atentar às medidas conciliatórias para aplicar a melhor solução jurídica ao caso; e
iv. Método Normativo-estruturante – criado por Müller, defende-se que o conceito de norma abarca uma dúplice perspectiva, a de norma constitucional como texto normativo e, a de norma constitucional com âmbito normativo. Assim, a norma jurídica deve ser, também, instrumento do cidadão para que este evite abusos do Poder Público.
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