A teoria do duplo estatuto teve surgimento a partir de um julgado de habeas corpus do STF. Nesse julgado o STF estabeleceu, de forma invariável, o modo em que precisam ser classificados os Tratados Internacionais de Direitos Humanos e a força normativa que esses Tratados possuirão no nosso ordenamento jurídico em razão da forma de sua aprovação. Nesta teoria, os Tratados Internacionais de Direitos Humanos irão possuir força de norma constitucional, de norma supralegal ou de lei ordinária.
Com este entendimento de um tratado terá necessidade de passar por um duplo crivo de aprovação, acaba protegendo a soberania do nosso país de absorver leis internacionais que não terão utilidades práticas em nosso país. Embora nem todos possam concordar com esta teoria, ele é o melhor controle constitucional de tratados internacionais.
É a teoria adotada pelo STF para determinar o status normativo dos tratados de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário.
Aqueles aprovados pelo rito do artigo 5º, parágrafo 3º da CRFB têm natureza Constitucional.
"§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais."
Todos os demais, que tenham sido aprovados pelo rito comum (maioria simples, turno único em cada Casa do Congresso), têm natureza supralegal.
Desta forma, as leis e atos normativos são válidos se forem compatíveis com a Constituição e com os tratados internacionais de direitos humanos incorporados. Sendo inválidos, cabe ao Poder Judiciário realizar o chamado controle de convencionalidade.
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