BOM DIA.
Atualmente o IPVA se estende ou não à embrcações e aeronaves ?
Não como regra. Cada estado institui a cobrança do imposto o regulando sobre a propriedade de veículos automotores. Assim, decretos estaduais denominam, para incidência de IPVA, a embarcação dependendo da cilindrada ou quem é seu proprietário (concessionária, permissionária, transporte marítimo de caráter público, se estrangeiro... estão fora, imunes). Aeronave, avalia-se peso, fabricação.. Deve-se verificar o Decreto estadual que varia de um estado a outro. Mas observei o decreto estadual do meu estado e há sim incidência para tais veículos.
Porém, existem julgados e informativo do STF, que entendem sobre a inconstitucionalidade da lei de IPVA. Nesse sentido, o estado de São Paulo teve julgado o seu decreto, na parte sobre a incidência do imposto sobre aeronaves, sua inconstitucionalidade, por não considerar aeronave veículo terrestre (RE 255.111-SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. (RE-255111)).
Na outra ponta, o estado do Amazonas que regula a incidência sobre embarcações. (RE 134.509-AM, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ acórdão Min. Sepúlveda Pertence, 29.05.2002. (RE-134509))
Diante disso, a CF, em seu art. 155, inciso III, só estabeleceu norma geral. Contudo, é possível entender que, não se pode cobrar o imposto sobre tais veículos, haja vista que o CTB, não conceituou nem embarcação e nem aeronave como veículo automotor em seu art. 96. E por fim, nem o CTN, ao ensinar o não uso da analogia para instituir imposto não previsto em lei no seu art. 108, p. 1º.
Alguns Estados Brasileiros cobram anualmente o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA de aeronaves e embarcações. No entanto, a posição majoritária é de que a cobrança do IPVA sobre aeronaves e embarcações é ilegal.
O IPVA deve incidir tão somente sobre os veículos automotores terrestres, não podendo ser cobrado de aeronaves e embarcações.
O fato gerador do IPVA é a propriedade do veículo automotor, no dia 1º de janeiro de cada ano correspondente a cobrança.
O conceito de veículo automotor nos é dado pelo Anexo I, do Código de Trânsito Brasileiro (Lei no 9.503/97): “Veículo Automotor – todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico)”.
O de aeronave vem descrito no caput, do art. 106, do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei no 7.565/86): “Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas”.
Já o conceito de embarcação está no art. 11, parágrafo único e suas alíneas, do Tribunal Marítimo (Lei no 2.180/54): “Considera-se embarcação mercante tôda construção utilizada como meio de transporte por água, e destinada à indústria da navegação, quaisquer que sejam as suas características e lugar de tráfego".
Assim, segundo Cesar Augustus Mazzoni, "analisando as três definições acima transcritas, é possível concluir que são coisas distintas em sua essência e não podem ser equiparadas para efeito de tributação por parte dos Estados, ou seja, não se pode sustentar que o legislador, ao falar em veículo automotor, tenha pretendido alcançar as aeronaves e embarcações".
Não é possível, tampouco, utilizar a analogia para estender a cobrança do IPVA sobre aeronaves e embarcações, por expressa vedação legal.
Fonte:
https://jus.com.br/artigos/55642/a-ilegalidade-da-incidencia-de-ipva-sobre-aeronaves-e-embarcacoes
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